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Marcus Atalla

Graduação em Imagem e Som - UFSCAR, graduação em Direito - USF. Especialização em Jornalismo - FDA, especialização em Jornalismo Investigativo - FMU

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Quando o discurso ecológico é um estelionato contra a soberania de países

Brasil resolveu involuir para o século XIX. Aprovou o aumento de termoelétricas, antes composta por uma maior participação de hidroelétricas

Joe Biden (Foto: Reuters)
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Ano passado, Biden anunciou uma política de investimentos em economia verde e fontes de en7ergia menos poluentes. Talvez estivesse influenciado pelo equinócio vernal no hemisfério norte, o que para alguns marcaria o início da Era de Aquarius. A imprensa e alguns acadêmicos anunciaram que seria o fim dos combustíveis fósseis. No Brasil, chegaram a dizer que a Petrobras e o Pré-Sal não serviriam para mais nada, menos ainda como indutora do desenvolvimento nacional.

Já para jornalistas geopolíticos céticos, tudo não passava de balela. Os EUA estariam criando outro discurso para ser usado como sanções contra a China, países Amazônicos etc. Até hoje, os EUA não assinaram nem mesmo o protocolo de Kyoto de 1997, quanto mais abdicar do poder econômico e geopolítico do petróleo.

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De fato, os EUA fizeram o possível e o impossível para boicotar o Nord Stream 2 e a venda do gás russo para a Alemanha. Como solução a dependência energética alemã, os EUA venderão seu gás de xisto, infinitamente mais poluente.  De quebra, salvará todo esse setor industrial que estava em vias da falência e recebendo fortes subsídios estatais.

Um relatório nesta semana do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) alerta que o aquecimento global está caminhando para níveis perigosos. A limitação do aquecimento não poderia ser alcançada sem um grande esforço da China, pois o país é o maior emissor do mundo. Dependente da queima de carvão, a potência asiática é responsável por quase um terço das emissões globais a cada ano.

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Contrário ao que o senso comum crê, energia eólica e solar, não serve como base da matriz energética de países. Elas são fontes de energia intermitentes. De boba, Pequim não tem nada e sabe que não demorará muito para ser um alvo, nem mesmo aceitará ser dependente energeticamente, como a Alemanha fez, ao proibir suas próprias usinas nucleares. A China tem desenvolvido dois grandes projetos. O hidrogênio e a fusão nuclear a partir do Hélio-3.

Hidrogênio

No final do mês passado, a China divulgou seu primeiro plano nacional de desenvolvimento industrial doméstico de hidrogênio até 2035. Inclui dominar tecnologias e processos de fabricação, coordenar a construção de infraestrutura de energia de hidrogênio e melhorar as políticas e os padrões da indústria.

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Também envolve uma introdução faseada aos setores industriais até 2035 e a restrição do hidrogênio produzido a partir de combustíveis fósseis. Espera-se que a produção de hidrogênio da China atinja até 200.000 toneladas por ano até 2025, evitando até dois milhões de toneladas de CO₂ ao ano.

O setor manufatureiro da China é um dos principais contribuintes para suas emissões nacionais - particularmente a produção de cimento e aço com uso intensivo de energia. A fabricação de aço envolve a remoção de oxigênio do minério de ferro para produzir ferro puro. Historicamente, isso foi alcançado usando carvão ou gás natural, que libera muito CO₂.

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O hidrogênio pode ser usado na siderurgia para substituir os combustíveis fósseis. Para a China, os benefícios do aço verde produzido internamente são duplos. Além de reduzir as emissões nacionais, reduziria a dependência da China de carvão metalúrgico e minério de ferro importados de países como a Austrália.

Em teoria, o hidrogênio à base de carvão pode ser produzido de forma limpa se o CO₂ do processo for capturado e armazenado. O método é notoriamente complicado e caro e, mais importante, não captura todo o CO₂ emitido. Para produzir hidrogênio, a China usaria uma combinação de energia nuclear e hidrelétrica - as duas fontes de energia não fósseis mais baratas do país.

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Muitas regiões costeiras da China estão investindo na produção de hidrogênio a partir de energia nuclear excedente. A hidroeletricidade é outra opção para produzir hidrogênio na China. É uma fonte de energia de baixo custo e muitas vezes é produzida em excesso nas províncias de Sichuan e Yunnan.

Mineração de Hélio-3

A Agência de Inteligência de Defesa dos EUA, nesta terça-feira, soltou um comunicado dizendo que a China e a Rússia buscam se tornar potências espaciais líderes para minar a liderança dos Estados Unidos. E que ambos os países são "uma séria ameaça aos EUA e seus aliados”. Também alertam sobre as capacidades espaciais da Coreia do Norte e do Irã.

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Pois bem, não é disso que se trata. É o “Império da Mentira” fazendo o que sabe fazer bem. O que está em jogo são as jazidas de Hélio-3 lunares. A unificação dos esforços das agências espaciais sino-russa trouxe resultados, o cronograma previsto está adiantado em alguns anos. Estamos constatando o início de uma nova corrida espacial. Estima-se que a Lua tenha grandes reservas de metais de terras raras, titânio, alumínio, água e outros metais preciosos. Além das novas tecnologias que serão desenvolvidas no processo.

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O hélio 3 é considerado o combustível do futuro, permitirá o uso da fusão nuclear. Contrário da fissão nuclear, a fusão não gera nêutrons, e os prótons, com cargas positivas, podendo ser contidos por campos magnéticos. Não produz subprodutos radioativos e contaminantes. Acredita-se que haja 1 milhão de toneladas de Hélio 3 na Lua. 100 toneladas de He-3 correspondem a toda energia gerada no planeta durante 1 anos. 40g equivalem à queima de 5.000 toneladas de carvão. Sem falar na importância militar na conquista do espaço. 

Essa disputa não começou agora, os EUA tentaram bloquear o espaço à China, excluindo-a dos Acordos Artémis, que objetivavam princípios e diretrizes para a exploração espacial. Desde 2011, a Emenda Wolf proíbe a cooperação da NASA com a China sem prévia autorização do Congresso Americano. Moscou se recusou a assinar o acordo, preferiu fazer uma parceria com Pequim. Ambas planejam estabelecer uma base lunar conjunta até 2027, oito anos antes do plano original (ILRS - Estação Internacional de Pesquisa Lunar). Os próximos territórios a serem contestados serão a área territorial espacial acima dos países e as jazidas ricas da Lua. Os principais países estão numa guerra tecnológica no desenvolvimento de supercondutores, computadores quânticos e exploração de hélio-3.

Enquanto isso, o Brasil resolveu involuir para o fim do século dezenove. Aprovou o aumento de termoelétricas na matriz energética brasileira, antes composta por uma maior participação de hidroelétricas. Tem como projeto de país ser uma plantation de soja, venda de carne, minérios e petróleo cru. Soma-se a destruição da indústria nacional, o fim das Universidades e projetos de pesquisas científicas.

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