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Edson Carneiro Índio

Secretário Geral da Intersindical

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Reconectar com o que é mais sentido pelo povão

O povo se move pelo concreto. Abstração é luxo de quem já tem suas necessidades básicas atendidas.

Manifestação de centrais sindicais contra mudança do sistema de Previdência na Av. Paulista. (Foto: Ricardo Stuckert)
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O governo da extrema direita está conseguindo viabilizar os projetos de interesse do capital financeiro. Avança o desmonte do Estado, a destruição dos direitos sociais, a devastação ambiental e a alienação das riquezas e da soberania nacional. A aprovação em primeiro turno da deforma da previdência na Câmara, a venda da BR Distribuidora a preço vil, o fim do monopólio da Petrobrás sobre o gás, a segunda reforma trabalhista contida na MP 881, os cortes reiterados no orçamento, em particular nas universidades e institutos federais, a privatização da educação superior, entre outras medidas, exigem dos setores populares, progressistas e de esquerda transformar a estupefação em mobilização social para deter o desmonte do país e das possibilidades de desenvolvimento no futuro.

Além dessas medidas, que contam com apoio da mídia, da maioria do Congresso, do Judiciário, dos partidos e dos demais círculos neoliberais, Bolsonaro avança seu o projeto de alinhamento acrítico do Brasil aos Estados Unidos. Após o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia que fragiliza ainda mais a anêmica indústria brasileira, Bolsonaro anuncia o início de negociações para um acordo bilateral com Trump, ressuscitando a subordinação total pretendida pela Alca e pela surrada “América para os norte-americanos”. Mais que a indecorosa indicação de seu filho para a embaixada, o que deve nos mover é a luta contra essa negociação subalterna e entreguista.

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Enquanto a equipe de Paulo Guedes trabalha para completar rapidamente a pilhagem, o presidente busca manter mobilizada “sua” base social com pautas e discursos reacionários, enaltecendo assassinos, torturadores, ditadores e todo tipo de violência e desprezo contra os direitos humanos, contra os pobres, os indígenas, os lutadores sociais. Apesar de viabilizar, no governo, os interesses do rentismo e do status quo Bolsonaro segue se colocando como um “homem do povo” que enfrenta o sistema político, como muito bem aponta a jornalista Maria Cristina Fernandes.

A revelação pelo Intercept das tramóias de Sérgio Moro, Dallagnol & Cia é a prova de que a eleição de Bolsonaro foi produto de operação dirigida para viabilizar a vitória, nas urnas, dessa agenda de desmontes do Estado e de redução do valor da força de trabalho. Apesar disso, a necessária luta pela democracia e pela liberdade do presidente Lula ainda não conseguiu furar nossas bolhas e desnudar, para o povão, o “julgamento” milimetricamente articulado para tirar Lula da eleição. Por outro lado, não me parece consequente apostar, nesse momento, no impeachment do asqueroso presidente. Não existe atalho fácil para nos tirar do pântano a que o Brasil foi levado por todos os setores que apostaram no golpe de 2016.

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A percepção, para uma parcela do povo, de que reforma da previdência é “briga” de petistas e do governo parece real. Essa situação requer uma profunda reavaliação, pelas esquerdas e movimentos sociais, da nossa abordagem sobre o governo e suas políticas. É preciso reconexão, perceptível pelo povão, com as necessidades mais sentidas pelos quase 53 milhões de desempregados e subempregados, pela juventude sem perspectivas de futuro, pela população com mais de 50 anos sem aposentadoria nem emprego e pelos milhões sem assistência médico hospitalar, sem teto, sem escola, sem lazer, sem direitos sociais, sem perspectivas de futuro, destituídas da dignidade humana garantida nos princípios constitucionais. O povo se move pelo concreto. Abstração é luxo de quem já tem suas necessidades básicas atendidas.

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