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Chico Junior

Jornalista, escritor e comunicador

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Seja bem-vinda Rama Duwaji

Filha de pais sírios, é uma jovem mulher que ama as artes. É uma mulher moderna. Foge dos estereótipos e caretices das, geralmente, primeiras-damas

Zohran Mamdani e Rama Duwaji

Não acompanhei a campanha à Prefeitura de Nova York e, como muita gente no mundo, pouco sabia sobre Zohran Mamdani, o jovem imigrante africano (nascido em Uganda), de 34 anos, socialista e muçulmano, do Partido Democrata, eleito semana passada (para desespero de Donald Trump) prefeito da, talvez, cidade mais cosmopolita do planeta.

E também pouco sabia de Rama Duwaji, a futura primeira-dama de Nova York, 28 anos.

Filha de pais sírios, é uma jovem mulher que ama as artes. É ilustradora renomada (suas obras já apareceram em vários órgãos de imprensa, incluindo na BBC) e fez mestrado na famosa Escola de Artes Visuais de Nova York. É texana, filha de pais sírios.

Embora aparentemente discreta, trabalhou ativamente na campanha do marido, mas preferiu atuar nos bastidores, sem aparecer muito.

Seu perfil no Instagram tem 1,2 milhão de seguidores (cresceu 400 mil em uma semana). Ali, publica mensalmente uma lista de "coisas que me fizeram querer fazer arte". Se posiciona contra a ofensiva de Israel em Gaza e pouco, ou nada, fala do e sobre o marido.

Em entrevista a um portal de notícias americano declarou: "Com tantas pessoas sendo pressionadas e silenciadas pelo medo, tudo o que posso fazer é usar minha voz para denunciar o que está acontecendo nos Estados Unidos, na Palestina e na Síria, o máximo que posso".

E disse também: "Não acho que todos devam fazer obras políticas, mas a arte é inerentemente política na sua produção, financiamento e divulgação. A própria criação de arte como refúgio dos horrores que observamos, para mim, é política."

Não é da política, mas, como se vê, é um ser político.

Rama é uma mulher moderna. Veste-se com elegância discreta e, sem dúvida, foge dos estereótipos e caretices das, geralmente, primeiras-damas. Para se ter uma ideia da sua contemporaneidade, conheceu Zoham, com quem se casou este ano, num aplicativo de namoros, o Hinge, em 2021.

"Ela não é apenas a minha esposa. É uma artista incrível que merece ser reconhecida por seus próprios méritos", disse Zoham sobre Rama, a quem trata de hayati (minha vida, em árabe).

Pelo muito que Rama representa, que ela seja muito bem-vinda ao seu novo momento de vida.

Por aqui, torcendo pelo casal.

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.