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William De Lucca

Jornalista e especialista em marketing digital. Atualmente, é ativista digital, lgbt e de direitos humanos, coordena o marketing do Sindicato dos Bancários de SP, apresenta o programa Estúdio Diversidade, na TV 247, e escreve sobre diversidade no site Brasil 247

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Spoiler: o próximo presidente vai ter de fazer alianças com golpistas

Militância petista está sentida (com toda razão) com a movimentação no sentido de retirar a candidatura de Marília Arraes ao Governo de Pernambuco para apoiar o PSB, mas é preciso lembrar: em acordos, ambos os lados precisam fazer concessões e teremos de nos sentar a mesa com golpistas para alianças, mais cedo ou mais tarde

Spoiler: o próximo presidente vai ter de fazer alianças com golpistas (Foto: RICARDO STUCKERT)
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O recente desgaste sofrido pelo PT, ao declarar que se aliará ao PSB em pelo menos quatro estados, incluindo o Pernambuco, retirando assim a candidatura de Marília Arraes ao Governo nos trouxe a memória verdades esquecidas: o PT é um partido pragmático na hora de construção de alianças e nem sempre estas decisões são populares, mesmo dentro da sigla. E ele está certo em fazer isso.

Obviamente, a retirada da candidatura de Arraes foi feita de forma abrupta e claramente o diálogo com a vereadora de Recife foi açodado e pouco produtivo. Marília tinha uma candidatura sólida, bem colocada nas pesquisas e com apoio da base, mas havia um problema: Pernambuco é a galinha dos ovos de ouro do PSB e perder o estado significa diminuir consideravelmente. Para garantir um ‘fechamento’ no Nordeste, o PSB era essencial, e o PT tomou a medida mais acertada, mas da forma menos popular e mais atrapalhada.

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Ao amarrar com o PSB a neutralidade nacional, o PT tira a possibilidade de o partido ser atraído por outras alianças, e ainda encaminha a formação de palanques expressivos na região que garantiu as duas últimas eleições do partido à presidência. Apesar de positiva, a aliança fez com que a militância petista lembrasse de que não haverá retorno à presidência sem sentar-se a mesa com políticos e siglas que participaram diretamente do golpe contra Dilma Rousseff.

A realidade é dura: o Brasil elege tradicionalmente, graças a currais eleitorais pelos rincões do país, políticos conservadores, e é com esse Congresso que o próximo terá de lidar de forma cirúrgica, sob risco de um novo golpe. Foi isso que fez o ex-presidente e pré-candidato Lula.

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O petista sentou-se a mesa com as figuras mais abjetas da política nacional e fez com muitos limões de procedência duvidosa, a limonada que garantiu ao Brasil o pleno emprego, uma década de crescimento econômico e políticas de inclusão e reparação de desigualdades como nunca. Tudo isso, graças a alianças com o famigerado Centrão (que deveria ser chamado de Direitão), com o MDB de Michel Temer, com o PSD de Gilberto Kassab, com o PP de Paulo Maluf.

Para fazer mais, Lula (ou Ciro, ou Manuela, ou Boulos, ou o próximo presidente progressista) terá de fazer o mesmo novamente, porque não existe governo no Brasil sem uma ampla composição com setores conservadores (e muitas vezes) canalhas da política nacional. Será preciso paciência e estômago para os próximos capítulos de um governo progressista no Brasil, será preciso aliar-se aos golpistas, lembrando-se do que eles são capazes, e mantendo-os sob escrutínio constante.

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Será preciso fazer política com a cabeça, usando pouco do coração e nada do fígado.

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