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Marconi Moura de Lima Burum

Mestrando em Direitos Humanos e Cidadania pela UnB, pós-graduado em Direito Público e graduado em Letras. Foi Secretário de Educação e Cultura em Cidade Ocidental. Trabalha na UEG. No Brasil 247, imprime questões para o debate de uma nova estética civilizatória

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Tranquilo: nosso “Capitólio” já foi invadido…

Não é hora de se preparar para o Golpe; é hora de sairmos dele...

Bolsonaro e Invasão do Capitólio dos Estados Unidos em 2021 (Foto: Alan Santos/PR | Stephanie Keith/Reuters)
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… agora é evacuar a tentativa de (novo) Golpe.

Este texto pretende, de um lado, tranquilizar nossas mentes (sem a acomodação dos zurros), e de outro nos mobilizar organicamente para provermos, o quanto antes, o encerramento do Golpe de Estado que se faz evento desde 2016.

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Nos últimos dias temos vivido enorme tensão de um possível Golpe em curso, seja pelo estacionamento dos tanques de guerra na Praça dos Três Poderem, em Brasília, seja pelo não-reconhecimento do resultado eleitoral (em outubro) por Jair Bolsonaro, o que desencadearia um “repeteco” à brasileira da invasão do Capitólio (o Parlamento) dos Estados Unidos da América, em 6 de janeiro de 2021 – quando da derrota de Donald Trump para Joe Biden.

Pois bem! Três coisas são fundamentais de serem ditas neste momento: 

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i) faz pouca diferença pensar no ingresso de um Golpe se já estamos em um deste que a “Ponte Para o Futuro” (do PMDB) assumiu o governo após o Poder Judiciário, o Poder Legislativo e o poder da grande mídia terem destruído a democracia depondo – sem que houvesse crime – uma presidente do Brasil eleita pelo sufrágio popular. A Ponte do PMDB e destes poderes era feita de bambu: não aguentou o “passar a boiada”, tampouco os desafios do Brasil: caiu e caímos juntos na miséria civilizatória;

ii) contudo, há sim um meta-Golpe em realização. Todavia, ele é permanente: todos os dias as instituições e a imprensa são ridicularizadas pelos mesmos monstros que elas ascenderam ao Poder (Executivo). O Golpe é a conta-gotas, é diário, é devir, é dor, é perturbação cotidiana; e

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iii) na verdade, o povo morre, ou por potência da COVID-19 (que já assassinou quase 700 mil brasileiros), ou por fome (que tem matado milhões de brasileiros, entretanto, na lentidão cruel da ausência diária), ou pelo necrodireito (isto é, as aprovações jurídicas do Congresso Nacional, os decretos do Executivo e as omissões do Judiciário que retiram toda ordem de direito da classe trabalhadora; uma mortificação por inanição de um povo que não tem mais esperanças, que sofre sem conseguir desfrutar o presente do tempo presente). Esse é, sem dúvidas, o pior Golpe, pois vai além da nossa arrogância de pensar a prioridade das instituições em bom funcionamento, ou uma abstração de Estado que, na prática, não existe, não faz (o bem), não produz, não gera e divide riqueza, não conjuga direitos e oportunidades equitativas.

A verdade é que nosso “Capitólio”, isto é, na metáfora da invasão às instituições republicanas e democráticas, faz tempo, foi invadido – pelo colonialismo de castas podres, especialmente certos magistrados e outras autoridades, que não conseguem reagir para não perder suas regalias e, no caso de certos parlamentares, não perderem a propina dos “pastores” e outros lobistas. Uma dimensão ético-civilizatória passa necessariamente por decolonizar nossas instituições e nossa cultura cotidiana do imediatismo e do jeitinho que ainda empreendemos em grande medida. Ou o Brasil decoloniza, ou não evoluíremos.

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Dito este preâmbulo, vamos, por tópicos, esperançar:

1) se é verdade que o Golpe já está em curso, estamos, portanto, na experitur resistentia (ou vivendo a resistência), ou seja, não estamos no aguardo. Destarte, na luta – é semântica de luta que já experienciamos e é somente continuar a lutar;

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2) na exemplificação prática dos fracassos de avanços mais austeros do Golpe, vemos um erro crasso em Bolsonaro: aplicar permanentemente blefes, testes (ou exercícios “militares”) para sua ação. Isto é, quando Bolsonaro tenta fechar de vez as instituições em 7 de setembro de 2021 e quando tripudia arrogantemente da Suprema Corte ao conceder o indulto ao marginal deputado Daniel Silveira em 2022, o golpista de plantão está queimando munição, gastando cartucho e se desmoralizando perante o povo brasileiro, a opinião pública nacional e internacional e jogando fora todos os possíveis apoios internacionais para a consolidação de um ato derradeiro de Golpe (e, lembremos: sem apoio da hegemonia geopolítica, golpes não se sustentam, e tantas vezes são interrompidos);

3) infelizmente, temos generais (não são a maioria) que, de tão lixo humano que são, preocupam-se mais com suas picanhas caras, leites condensados e viagras (além dos altos salários e regalias que recebem) que realmente se importam em serem patriotas de verdade. São a vergonha da caserna e do Brasil. Por sorte, temos certo que o Exército, a Marinha e a Aeronáutica possuem em seus quadros uma maioria séria, de gente digna que pensa no desenvolvimento, na tecnologia e na democracia do País. Estes – discretos por força de ofício – não se manifestam publicamente. Entretanto, suas cognições são civilizatórias, são honestas (intelectualmente) e hão de impedir que o povo retorne a uma dimensão histórica retrógrada, infeliz (não existe júbilo onde não existe a liberdade plena) e cruel como foi o tempo da Ditadura Militar de 1964. Hão de frear os tanques antes de saírem dos quartéis e frear mais ainda o lunático que ocupa o Palácio do Planalto quando, uma vez derrotado, tentar invadir nosso “Capitólio” novamente – como faz em teste nesse momento com o arrogante moleque, Daniel Silveira.

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Os tempos são outros. Os golpes são outros. E já estamos mergulhados neste Golpe (citado seu espectro acima) faz pelo menos 6 anos. 

Não é hora de se preparar para o Golpe; é hora de sairmos dele...

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