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Carlos Carvalho

Doutor em Linguística Aplicada e professor na Universidade Estadual do Ceará - UECE.

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Unidos da Quinta Coluna

A expressão “quinta coluna” se refere às pessoas que costumam agir por meio de notícias falsas. A quinta coluna está acuada. Logo, mais perigosa

(Foto: Reprodução/Prefeitura de Maceió)
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Havia uma expectativa de que no ano de 2018 teríamos um maravilhoso carnaval, mas veio um tempo de trevas e a força, como diz o poeta, fez com o Brasil o mal que a força sempre faz. A esperança de dias melhores foi aprisionada. Mesmo assim não conseguiram conter a primavera que se avizinhava, pois a simpatia da maioria do povo brasileiro pelo bem e pela decência é inalienável e, como sabemos, simpatia é quase amor. 

Esse ano, infelizmente, ainda vai ser igual aquele que passou. Eu não brinquei, você também não brincou. Ao contrário, choramos e nos entristecemos muito diante das nossas perdas. Ainda não há ambiente para corrermos atrás do trio, nos enebriarmos ao som do Luxo da Aldeia ou nos perdermos no Galo da Madrugada. Nos tornamos, nós mesmos, os homens e mulheres da meia noite, caminhando solitários pelas vielas das nossas próprias dores. Não há nenhum clima para descermos a ladeira da Sé, dançando ciranda, coco de roda, maracatu ou caboclinho. 

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O carnaval não deve ser agora, mesmo que muitos ignorem os perigos e caiam na gandaia sem sentir nenhuma culpa por aqueles que foram mortos. Há, não se pode desconsiderar uma necessidade catártica, uma pletora de alegria e extravasamento represada por mais de dois anos. Justifica? Não. Mas, como diz um velho ditado: “cada cabeça, uma sentença” ou como nos diz aquele proverbio árabe: “os homens se parecem mais com sua época do que com seus pais”. E que época, senhoras e senhores!

O tempo de agora é de cisão, de terra devastada, de humanidade em declínio. O leviatã espreita. O gafanhoto pesa, e de muito pesado já não voa. Encurralado, restam-lhe as fake news, a bandalheira, o autoritarismo e as recorrentes ameaças de vilipêndio à democracia. Em meio a tudo isso, eis que surge o bloco “Unidos da quinta coluna”, que de carnaval não tem nada. Não custa lembrar, que a expressão quinta coluna resulta, historicamente, das quatro colunas franquistas que avançavam sobre a cidade de Madri durante a Guerra Civil Espanhola. Assim, denominou-se de “quinta coluna”, um grupo de simpatizantes de Francisco Franco, que estava infiltrado na comunidade madrilenha, pronto para traí-la. Em tempo: leiamos a peça A quinta coluna, de Ernest Hemingway e assistamos ao filme Mães Paralelas, de Pedro Almodóvar. 

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Pois bem. Em termos gerais, a expressão “quinta coluna” se refere às pessoas que costumam agir por meio de notícias falsas e fazem uso de todo tipo de sabotagem, com o intuito covarde de atacar e minar uma ação, uma candidatura, um projeto (político?) de dentro pra fora. Tal prática tornou-se tática e método, e hoje, mundo afora, tem sido cada vez mais recorrente a utilização da quinta coluna como estratégia política. Como o Brasil não se constitui em exceção para absolutamente nada, nos salta aos olhos o aumento de membros do Grêmio Recreativo Unidos da Quinta Coluna que, como diz aquela marchinha: “cada vez aumenta mais”. Logo, urge perguntarmos a quem interessa, por exemplo, atacar de dentro pra fora a única candidatura do campo progressista capaz de derrotar o fascismo em curso? A quem serve esta quinta coluna?

Certamente que não serve aos “webcomunistas”, idiotas úteis sentados em suas cadeiras de “gamers” a sorver uma cerveja ou degustar um joint, enquanto se afogam no vômito dos seus discursos nonsense. O que nos lembra aquela famosa frase de David Foster Wallace, que diz algo como “esses peixinhos nem sabem que aquilo que os envolve é água”. Atacar a única candidatura progressista capaz de derrotar o projeto neofascista responsável pelo caos que impera neste país interessa, sim, aos donos do poder. Interessa às mesmíssimas pessoas que ontem, “arrependidas”, hoje já destilam seu veneno aporofóbico em seus programas de televisão e em seu “jornalismo” comezinho. 

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Tentar minar de dentro pra fora uma candidatura popular é defender o projeto de morte, que vem sendo posto em prática no Brasil. A quinta coluna está acuada. Logo, mais perigosa. A água tá subindo. A quinta coluna apresenta suas armas. Estão aí os artigos de jornal e os editoriais tacanhos que não nos deixam mentir. A vida não cabe numa live, pois é fora da bolha que a realidade se impõe, no olho no olho, no mano a mano. 

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