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Altman: 'Conib mostrou que é inimiga dos brasileiros ao pedir audiência com Lula por condenar o genocídio de Israel em Gaza'

O jornalista criticou a iniciativa do governo israelense de considerar o chefe de Estado brasileiro uma 'persona non grata' por repudiar os crimes contra palestinos

Jornalista Breno Altman, primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu (círculo), Confederação Israelita do Brasil e a Faixa de Gaza (Foto: Felipe L. Gonçalves / Brasil247 | Reuters I Reprodução)

247 - O jornalista Breno Altman afirmou nesta terça-feira (20), pela rede social X, que a Confederação Israelita do Brasil (Conib) é "agência de um Estado colonial e racista". Ele fez referência ao governo de Israel, que declarou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como uma persona non grata por comparar o genocídio contra palestinos na Faixa de Gaza com o período do Holocausto (1941-1945), quando cerca de seis milhões de judeus foram mortos na Alemanha nazista, comandada pelo então ditador Adolf Hitler (1889-1945). 

"A @coniboficial pediu audiência ao presidente @LulaOficial. Essa entidade é agência de um Estado colonial e racista que o considerou 'persona non grata'. Essa entidade defende o genocídio do povo palestino pelo exército de Netanyahu. Essa entidade é inimiga do povo brasileiro", escreveu o jornalista, perseguido pela Conib, que o acusa de antissemitismo e tenta uma ofensiva jurídica em cima dele por suas críticas aos crimes de Israel no Oriente Médio. 

De acordo com o Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, cerca de 30 mil palestinos morreram desde o dia 7 de outubro, quando forças de Israel iniciaram os ataques. Comandado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, o governo israelense foi acusado de genocídio pela África no Sul na Corte Internacional de Justiça (CIJ). 

Em passagem pela Eitópia, no último domingo (18), o presidente falou sobre "o que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino, não existe em nenhum outro momento histórico". "Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus", disse.

No sábado (17), Lula afirmou que a solução definitiva para a guerra na Faixa de Gaza vai ocorrer "se avançarmos rapidamente na criação de um Estado palestino". "Ser humanista hoje implica condenar os ataques perpetrados pelo Hamas contra civis israelenses, e demandar a liberação imediata de todos os reféns. Ser humanista impõe igualmente o rechaço à resposta desproporcional de Israel, que vitimou quase 30 mil palestinos em Gaza – em sua ampla maioria mulheres e crianças – e provocou o deslocamento forçado de mais de 80% da população".

Em entrevista ao Poder 360, o presidente da Conib, Claudio Lottenberg, afirmou que pediu uma reunião com o presidente Lula após a comparação entre o genocídio em Gaza e o Holocausto. "A situação que é comparada pelo presidente Lula retrata um genocídio, onde se tinha a vontade deliberada dos nazistas de eliminar judeus por serem judeus. É decepcionante e frustrante que essa situação tenha sido usada de maneira tosca, sem qualquer tipo de profundidade. Sobretudo por ser um tema tão sensível para nós", afirmou o dirigente. 

Para o integrante da Conib, Lula "misturou conceitos que são muito importantes e de alto significado para a comunidade judaica". "Caso não se reposicione, bom, aí será uma decepção".