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Ao contrário de Bolsonaro, conselho do Ministério da Saúde defende manter testes da CoronaVac

“Entendemos que o óbito do voluntário não estava relacionado à aplicação da vacina", disse a Comissão Nacional de Ética e Pesquisa (Conep). Cientistas veem uso político na paralisação dos testes

CoronaVac (Foto: Reuters | ABr)
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247 - Após a paralisação de testes da CoronaVac determinada pela Anvisa, a Comissão Nacional de Ética e Pesquisa (Conep), do Conselho Nacional de Saúde (CNS), órgão do Ministério da Saúde, defendeu nesta terça-feira (10) “a continuidade dos estudos da vacina CoronaVac, que vinha sendo desenvolvida pelo Brasil, por meio do [Instituto] Butantan, em parceria com o governo chinês”.

“Entendemos que o óbito do voluntário não estava relacionado à aplicação da vacina, por isso optamos por não suspender os ensaios e recomendamos que os pesquisadores nos trouxessem apenas a avaliação final de seu comitê independente”, informou o coordenador da Conep, o médico Jorge Venâncio. O voluntário que faleceu, segundo diversas informações levantadas pela imprensa na tarde desta terça, cometeu suicídio, ou seja, a morte não tem ligação com o imunizante.

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O órgão ainda diz que “seguirá debatendo o assunto para encontrar formas de garantir que os estudos para a vacina da Covid-19 no Brasil avancem”.

Cientistas ouvidos pelo jornal O Globo veem uso político na paralisação dos testes. A CoronaVac é desenvolvida por um laboratório chinês, a quem Jair Bolsonaro, que nomeou o diretor-presidente da Anvisa, não nutre nenhuma simpatia. Bolsonaro disse hoje também que, com a interrupção dos testes, é "mais uma que Jair Bolsonaro ganha".

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"Eu vejo um estrago feito pela fala do presidente que é difícil mensurar. Ele gera desinformação sobre vacinas como um todo, não só com relação à CoronaVac. Com isso, a população fica desnorteada e pode começar a duvidar do processo cientifico por trás do desenvolvimento das vacinas", diz a microbiologista Natália Pasternak, presidente do Instituto Questão de Ciência

Para Roberto Lent, neurocientista e professor titular da UFRJ, "a declaração do presidente é lamentável, é cruel com a população e é infantil do ponto de vista político ou psicológico. É como uma criança que vê o colega cair e fala 'bem feito!', mas nesse caso se trata do presidente da República, que está lidando com a vida de milhões de brasileiros".

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