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Em meio ao afrouxamento promovido por Bolsonaro, Exército quer deixar de fiscalizar importação de armas e munições

Nova medida de flexibilização é apoiada pelo Movimento Proarmas, que representa os interesses do grupo dos CACs, uma das bases de apoio do bolsonarismo

Em meio ao afrouxamento promovido por Bolsonaro, Exército quer deixar de fiscalizar importação de armas e munições (Foto: REUTERS/Carla Carniel | Exército Brasileiro | REUTERS/Jim Young | REUTERS/Lucas Jackson)

247 - O Exército elaborou uma portaria para deixar definitivamente a fiscalização da importação de armas de fogo, munições e coletes à prova de balas. A iniciativa ocorre em meio à corrida armamentista desencadeada pelo afrouxamento das restrições de acesso a armas de fogo por civis promovido pelo governo Jair Bolsonaro (PL) desde que chegou ao poder.

Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, o projeto prevê que a fiscalização do Exército seja substituída por um documento internacional atestando a segurança e qualidade do armamento importado. Com isso, os importadores não seriam submetidos ao processo de certificação nacional, que permanece obrigatório para a indústria armamentista nacional.   

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"Em 2020, o Exército admitiu excepcionalmente suspender a fiscalização por dois anos alegando falta de estrutura. O prazo termina agora, em setembro, quando todos os importadores estariam obrigados a se submeter novamente à certificação nacional. Documentos internos revelam, contudo, que os militares querem tornar permanente a decisão que até agora é provisória", ressalta a reportagem.

A nova medida de flexibilização é apoiada pelo Movimento Proarmas, que representa os interesses do grupo dos CACs (caçadores, atiradores esportivos e atiradores), uma das bases de apoio do bolsonarismo. Atualmente, o arsenal nas mãos dos CACs ultrapassa o número de um milhão de armas de fogo.  

A Taurus, principal indústria nacional do segmento, já adiantou que pretende reduzir seus investimentos no País caso a portaria entre em vigor. Segundo a empresa, a medida "desincentiva as empresas estrangeiras de virem produzir no Brasil, de gerarem empregos e riquezas aqui no País, e, o que é pior, incentiva empresas como a Taurus, que possuem fábricas no exterior, a reduzirem os investimentos no Brasil, passando a produzir nas unidades no exterior e exportarem para o Brasil, já que essa falta de isonomia cria custos que tiram a competitividade da indústria nacional”, disse a empresa por meio de nota.  

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