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Brasil

Epidemiologistas criticam 'desprezo' de Michelle Bolsonaro pelo SUS ao se vacinar nos EUA

Bolsonaro revelou nesta quinta-feira que a primeira-dama decidiu se vacinar nos Estados Unidos durante viagem da comitiva presidencial a Nova York para a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU)

Michelle e Jair Bolsonaro (Foto: Pool/Reuters)
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247 - Em transmissão ao vivo nesta quinta-feira (23), Jair Bolsonaro revelou que a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, se vacinou nos Estados Unidos nesta semana, quando foi com a comitiva presidencial a Nova York para a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).

Para epidemiologistas e infectologistas, segundo O Globo, Michelle mostrou "desprezo" ao Sistema Único de Saúde (SUS) e ao Programa Nacional de Imunizações (PNI) ao se vacinar fora do país, visto que a primeira-dama poderia ter se imunizado em Brasília já em julho.

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O epidemiologista Pedro Hallal, coordenador do Epicovid, estudo epidemiológico sobre a ação do coronavírus no Brasil, disse que o gesto da primeira-dama mostra desprezo pelo SUS. "Se confirmada, é uma notícia que mostra desprezo com o SUS e com os brasileiros. Demonstra falta de confiança no sistema universal de saúde, acessível a todos os brasileiros".

O infectologista Jamal Suleiman, do Instituto de Infectologia Emilio Ribas, reforçou a segurança e eficácia das vacinas aplicadas no Brasil. "Quero reforçar ao povo brasileiro, embora esse reforço devesse ser feito pelo governo da República brasileira, no entanto isso não vem acontecendo, que este programa [PNI] é sério e visa proteger pessoas. E que os brasileiros corram às unidades e recebam a vacina que estiver disponível, porque a Agência Nacional de Vigilância Sanitária tem responsabilidade na aprovação desses produtos de tal forma que garantam a segurança e a eficácia para o povo brasileiro".

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Renato Kfouri, infectologista e diretor da Sociedade Brasileira de Imunização, a decisão da primeira-dama é "um absurdo". "Se for verdade, é um absurdo. As vacinas licenciadas no Brasil são seguras. Não há motivo para fazer esse tipo de distinção. Ela tinha direito aqui. Eu não entendo a motivação. Não há motivo nenhum para isso. A única vacina diferente que nós não temos aqui é a Moderna. Se ela tivesse alguma restrição às outras vacinas, uma alergia específica, o que é absolutamente improvável, seria uma justificativa técnica".

Rodrigo Stabeli, pesquisador titular e diretor da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em São Paulo, declarou: "o que é importante salientar é que o Bolsonaro fala para os seguidores dele, pessoas que, como ele, se acham ricos no Brasil e têm condições de pegar um avião de primeira classe e ir aos Estados Unidos para se vacinar. A saúde pública, aqui representada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o Instituto Butantan e a Anvisa, fala para o povo brasileiro que se proteja da Covid com as vacinas disponíveis no SUS, que são da mesma qualidade das ofertadas em outros países", disse o especialista.

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