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Greve dos petroleiros chega ao terceiro dia e paralisa todas as refinarias da FUP

Mobilização nacional cresce, alcança 28 plataformas da Bacia de Campos e amplia pressão sobre a Petrobras

Greve dos petroleiros chega ao terceiro dia e paralisa todas as refinarias da FUP (Foto: FUP)

247 - A greve nacional dos petroleiros entrou nesta quarta-feira (17) no terceiro dia com expansão expressiva e alcance em todas as refinarias vinculadas à Federação Única dos Petroleiros (FUP). O movimento ganhou força com a adesão integral dos trabalhadores de 28 plataformas da Bacia de Campos, um dos principais polos de produção de petróleo do país, consolidando o caráter nacional da paralisação.

De acordo com informações divulgadas pela Federação Única dos Petroleiros (FUP), a entrada da Refinaria Abreu e Lima (Rnest) e do Terminal de Suape, ambos em Pernambuco, fez com que as nove refinarias da base da entidade passassem a integrar o movimento. A paralisação ocorre por tempo indeterminado, diante da falta de avanços nas negociações com a Petrobras.

Além das refinarias, a greve já impacta 28 plataformas offshore, 13 unidades da Transpetro, quatro termelétricas, duas usinas de biodiesel, campos de produção terrestre na Bahia, a Unidade de Tratamento de Gás de Cabiúnas (UTGCAB), a Estação de Compressão de Paulínia (TBG) e a sede administrativa da Petrobrás em Natal, no Rio Grande do Norte.

O principal foco da mobilização é a ausência de respostas da empresa às reivindicações da categoria, especialmente no que se refere ao Acordo Coletivo de Trabalho (ACT). Entre os pontos centrais estão o fim dos equacionamentos dos déficits da Petros (PEDs) e a recomposição de direitos considerados históricos pelos trabalhadores.

Ao comentar o avanço do movimento, o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar, ressaltou a dimensão política e social da paralisação. “A forte e crescente adesão à greve mostra a disposição de luta pela retomada dos direitos perdidos, pela valorização dos trabalhadores e por uma Petrobras forte, pública e a serviço do povo brasileiro”, afirmou.

Denúncias de práticas ilegais durante a paralisação

Em meio à greve, a FUP e os sindicatos filiados denunciaram práticas consideradas ilegais por parte de gestores da Petrobrás, que estariam dificultando a liberação de trabalhadores que aderiram ao movimento. Segundo a federação, há registros de petroleiros mantidos por mais de 60 horas em unidades como a Refinaria Duque de Caxias (Reduc), no Rio de Janeiro, e a Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Minas Gerais.

Casos semelhantes teriam ocorrido na Lubnor, no Ceará, e na Refap, no Rio Grande do Sul, onde trabalhadores permaneceram retidos por quase 48 horas. Diante das denúncias, as entidades sindicais acionaram a Justiça e órgãos de fiscalização. O Ministério do Trabalho realizou diligência na Reduc para verificar as condições de saúde e de habitabilidade dos empregados mantidos nas instalações.

Vigília de aposentados completa uma semana

Paralelamente à greve, aposentados e pensionistas da Petrobras mantêm uma vigília em frente ao Edisen, edifício-sede da companhia no Rio de Janeiro. A mobilização completou sete dias nesta quarta-feira e tem como principal pauta a cobrança pelo fim dos equacionamentos dos planos de previdência da Petros.

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