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Helena Chagas: “com esses filhos, Bolsonaro não precisa de inimigos”

Jornalista ironiza papel de Flávio Bolsonaro na crise que levou à prisão preventiva do ex-presidente

Helena Chagas (Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247)

247 - A prisão preventiva de Jair Bolsonaro no sábado (22) repercutiu entre analistas políticos e reforçou críticas ao papel de seus filhos na escalada de tensão que precedeu a detenção. Em tom mordaz, a jornalista Helena Chagas afirmou: “Com esses filhos, Bolsonaro não precisa de inimigos”, avaliando que atitudes de integrantes da família contribuíram diretamente para o agravamento do cenário jurídico e político do ex-presidente.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), baseou a medida no risco de fuga e na violação da tornozeleira eletrônica registrada às 0h08 de sábado (22). A detenção foi cumprida pela Polícia Federal na manhã do mesmo dia, por determinação do STF.

A crítica: “botou o pai na cadeia mais cedo”

Helena Chagas destacou, de forma irônica, que a convocação de uma vigília feita por Flávio Bolsonaro nas redes sociais — que estimulou apoiadores a se concentrarem em frente ao condomínio onde o ex-presidente cumpria prisão domiciliar — acabou acelerando o desfecho do caso. A manifestação, segundo Moraes, criou tumulto que poderia facilitar uma possível fuga.

Em sua declaração, a jornalista afirmou: 

“Com esses filhos, Bolsonaro não precisa de inimigos. Depois do estrago do Bananinha nos EUA, a traquinagem de Flávio de chamar os amiguinhos para uma manifestação animada em casa botou o pai na cadeia mais cedo. Mas aguardem. Vamos ver o que o Carluxo ainda vai aprontar.”A fala faz referência a episódios recentes envolvendo os filhos do ex-presidente — Eduardo Bolsonaro, citado como “Bananinha”, e o vereador Carlos Bolsonaro, apelidado de “Carluxo”.

Moraes registrou oficialmente que a tornozeleira eletrônica de Bolsonaro foi rompida durante a madrugada, fato que indicaria intenção de fuga. Na decisão, o ministro afirmou que a confusão decorrente da mobilização convocada por Flávio Bolsonaro poderia ter servido de cobertura para uma evasão.

Outro elemento mencionado foi a proximidade do condomínio do ex-presidente com a embaixada da Argentina — cerca de 13 quilômetros — e a possibilidade de busca por abrigo diplomático. Moraes citou ainda a hipótese de tentativa de refúgio na embaixada da Argentina por meio de pedido de asilo político.

Cumprimento do mandado
A Polícia Federal levou Bolsonaro de sua residência à Superintendência da PF em Brasília por volta das 6h de sábado. Ele estava em prisão domiciliar desde 4 de agosto.


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