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Imagem falsa de Arthur Lira com bolsa de luxo viraliza e acende alerta para 2026

Montagem com o deputado carregando uma bolsa Hermès expõe o risco do uso de inteligência artificial nas eleições

Arthur Lira (Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados)

247 - Uma imagem manipulada do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), circulou amplamente nas redes sociais, mostrando o parlamentar supostamente carregando uma bolsa Hermès avaliada em R$ 346,8 mil em um aeroporto. Em algumas versões da montagem, o acessório é trocado por uma bolsa Prada, mas em todas o objetivo é o mesmo: criar uma falsa impressão de ostentação.

De acordo com reportagem publicada pelo portal Metrópoles, a assessoria de Lira afirmou que “só trata de assuntos institucionais”, sem comentar diretamente a falsificação. O deputado, que pretende disputar uma vaga no Senado em 2026, foi vítima de uma das inúmeras manipulações digitais que têm se espalhado pelas redes, especialmente com o avanço das ferramentas de inteligência artificial (IA).

Manipulações digitais e o impacto eleitoral

Especialistas e estrategistas políticos alertam que o uso de imagens e vídeos falsificados por IA deve se intensificar nas próximas eleições. O fenômeno preocupa não apenas candidatos e partidos, mas também autoridades eleitorais, já que pode comprometer a integridade do processo democrático.No Brasil, não há regulamentação específica que trate do uso de inteligência artificial em campanhas. Em dezembro de 2024, o Senado chegou a aprovar o Marco Legal da Inteligência Artificial, mas o texto segue parado na Câmara dos Deputados. Por enquanto, o que existe é uma resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) — criada para as últimas eleições municipais — que proíbe “conteúdos fabricados ou manipulados para difundir fatos notoriamente inverídicos ou descontextualizados, com potencial de causar danos ao equilíbrio do pleito ou à integridade do processo eleitoral”.

Risco de cassação e medidas legais

A norma do TSE determina que qualquer peça de propaganda eleitoral produzida com manipulação de imagem ou vídeo, como os chamados deepfakes, pode configurar uma infração grave, sujeita até à cassação de registro ou de mandato. Essa medida, segundo juristas, é essencial para conter a disseminação de desinformação tecnológica em disputas políticas cada vez mais digitalizadas.

O uso da IA por Trump nos Estados Unidos

Nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump tem recorrido com frequência a imagens manipuladas em suas publicações. De acordo com levantamento do The New York Times, desde 2022 foram contabilizados 62 vídeos produzidos com inteligência artificial e divulgados por Trump para ironizar adversários, rebater críticas e promover sua administração.

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