Quem é a irmã de Deolane Bezerra, alvo de da Polícia Federal
No passado, aos 23 anos, ela chegou a ser presa pelos crimes de falsidade ideológica e estelionato
247 - A advogada Dayanne Bezerra tornou-se alvo da Polícia Federal na manhã desta terça-feira (16), durante a deflagração da Operação Opções Binárias, que investiga um esquema de fraudes financeiras envolvendo plataformas irregulares de apostas on-line. As informações foram publicadas inicialmente pelo portal Metrópoles, em reportagem assinada por Larice de Paula.
Irmã da também advogada Deolane Bezerra, Dayanne reúne cerca de 4 milhões de seguidores nas redes sociais e ganhou notoriedade tanto pela atuação profissional quanto por uma sequência de controvérsias públicas. Ela é investigada por suposta participação em uma organização criminosa que, segundo a Polícia Federal, movimentou mais de R$ 50 milhões de forma ilegal.
Formada em Direito, Dayanne é sócia do escritório Bezerra Advogados & Associados, ao lado da irmã Daniele Bezerra. No passado, aos 23 anos, ela chegou a ser presa pelos crimes de falsidade ideológica e estelionato, episódio que marcou o início de uma trajetória pública cercada de polêmicas.
Mais recentemente, em fevereiro deste ano, a influenciadora voltou ao centro das atenções após divulgar um vídeo promovendo uma empresa de apostas supostamente legalizada no Brasil. Na gravação, Dayanne afirmou ter apostado R$ 8 no chamado “Jogo do Tigrinho”, por meio da plataforma BBR Bet, e obtido retorno de R$ 240 em cerca de um minuto, o que representaria um lucro estimado de 3.000%. A publicação gerou forte repercussão e críticas nas redes sociais.
Em novembro, outro episódio contribuiu para ampliar sua exposição. Dayanne se envolveu em uma controvérsia após relatar supostas agressões sofridas na academia de um condomínio de luxo em São Paulo, caso que também repercutiu amplamente na internet.
A Operação Opções Binárias tem como objetivo desarticular uma organização criminosa suspeita de atuar em fraudes financeiras por meio de casas de apostas on-line irregulares. O grupo é investigado por crimes como lavagem de dinheiro, evasão de divisas, sonegação fiscal e estelionato digital, que teriam causado prejuízos expressivos ao Sistema Financeiro Nacional.
Segundo a Polícia Federal, estão sendo cumpridos 11 mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos investigados. As diligências ocorrem em São Fidélis (RJ), bairros da Zona Oeste do Rio de Janeiro, como Barra da Tijuca e Recreio, além de Goiânia (GO), Manaus (AM), Campos dos Goytacazes (RJ), Santana do Parnaíba (SP) e Barra do Bugres (MT).
A Justiça também determinou o sequestro de veículos, o bloqueio de contas bancárias e de aplicações financeiras dos investigados, além da suspensão das atividades de três pessoas jurídicas. Quatro alvos da operação foram submetidos a medidas cautelares diversas da prisão, como proibição de atuar em atividades ligadas a investimentos, jogos e apostas, restrição de deslocamento, recolhimento domiciliar noturno e aos fins de semana, e monitoramento por tornozeleira eletrônica.
De acordo com a PF, o esquema funcionava em diferentes frentes. Uma delas envolvia a contratação de operadores chineses para manipular plataformas de opções binárias, serviços que eram revendidos a terceiros com promessas de lucros elevados e irreais. Outra consistia no uso de influenciadores digitais para promover essas plataformas, com contratos que previam ganhos diretos a partir das perdas dos apostadores. Havia ainda a criação de plataformas próprias, que bloqueavam contas ou impediam saques quando os usuários obtinham ganhos.
As investigações apontam que, em cerca de dois anos, apenas um dos investigados recebeu mais de R$ 28,3 milhões sem lastro financeiro, e que o montante total captado ilegalmente ultrapassa os R$ 50 milhões. As apurações também indicam que integrantes do grupo já atuavam anteriormente na gestão de casas de apostas on-line sem regulação.
As chamadas plataformas de opções binárias são ambientes virtuais em que o usuário aposta na valorização ou desvalorização de ativos em curtíssimo prazo, sem adquirir o bem negociado. Por se assemelharem a jogos de azar, essas operações são consideradas de alto risco e não são reguladas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no Brasil, deixando os investidores sem proteção legal.


