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Kakay, o 'advogado da bermuda', responde a Dallagnol: “Ele só deve ter ido ao Supremo para fazer investigações ilegais”

Advogado mencionado indiretamente pelo procurador Deltan Dallagnol em entrevista neste sábado como alguém que foi ‘de bermuda’ ao STF, Alberto Carlos de Almeida Castro, o Kakay, rebateu: “Eu não concedo a esse procurador nenhuma estatura moral para fazer qualquer crítica a quem quer que seja”

Kakay e Deltan Dallagnol (Foto: Gisele Federicce)
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Por Paulo Henrique Arantes, para o 247 - Deltan Dallagnol ganhou espaço nobre da Folha de S. Paulo neste sábado (13) para defender-se – e a Sérgio Moro – da acusação de conluio para tirar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva do jogo político. A certa altura da entrevista, feita por e-mail, o procurador afirma: “Advogados têm contatos com juízes diariamente em todo o Brasil, e isso é legal. Figurões vão ao STF de bermuda. Não temos um décimo do acesso a certos ministros das cortes superiores que muitos advogados ou mesmo réus têm”.

Trata-se de uma menção ao advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, de intensa atuação perante o Supremo Tribunal Federal, que uma vez foi à corte de bermuda para entregar um documento, ato livre de formalidades processuais.

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“Eu não concedo a esse procurador nenhuma estatura moral para fazer qualquer crítica a quem quer que seja. Na verdade, ele não deve ter o costume de ir ao Supremo, salvo para fazer investigações ilegais, quando não tem sequer competência para tal, como comprovado pelos diálogos e pelas mensagens postas”, disse Kakay ao Brasil 247, referindo às conversas entre procuradores da força-tarefa da Lava Jato e o então juiz Sérgio Moro via Telegram, em mãos da Polícia Federal.

Kakay prosseguiu: “Nunca houve nenhuma crítica ao contato de advogados e procuradores com juízes e ministros da corte quando institucionais. O que nunca se viu é exatamente a promiscuidade como a que vimos entre o grupo que esse procurador coordenava e o juiz Sérgio Moro. Uma promiscuidade que revelou a necessidade de saciar um interesse político, muito acima de qualquer questão jurídica”.

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Segundo Kakay, nunca se criticou que procuradores e advogados conversem com juízes. Porém, essa relação “é totalmente diferente daquela evidenciada pelas mensagens” no âmbito da Lava Jato. “O que existia ali era uma verdadeira promiscuidade. Era um grupo que se estabeleceu com um projeto de poder, do qual esse senhor Deltan era o subchefe. O chefe era o juiz Moro. Esse subchefe coordenava, inclusive, um grupo de advogados, por isso ele tem um desdém muito grande pela advocacia. Havia advogados com ele que, infelizmente, se dispuseram a fazer um jogo que tem de ser investigado”, ressaltou Kakay.

“Quando nós vemos pelos diálogos advogados que aceitavam ordens do juiz, inclusive para determinar o número de testemunhas no processo, significa que havia ali um esquema para lucrar com as delações premiadas. Eles mercadejavam as delações”, criticou Kakay.

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De outra parte, o advogado observa que deve ser dado a Deltan Dallagnol, bem como “aos seus companheiros de bando”, face às acusações de que agora são alvo, “todo o direito de defesa – eles têm de ter a plenitude dos direitos que não concederam a ninguém”.

Coordenador do Grupo Prerrogativas, o advogado Marco Aurélio de Carvalho também comentou ao Brasil 247 a entrevista de Dallagnol à Folha. Foram estas as suas palavras: “É uma tentativa desesperada de negar o inegável. Uma tentativa de negar que ele, em nome da força-tarefa, agiu de forma deliberada, com o comando e o apoio decisivo do ex-juiz Sérgio Moro, com o único objetivo de tirar das eleições presidenciais o franco favorito, o ex-presidente Lula”.

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Para o criminalista Alberto Toron, pelo que expôs na entrevista à Folha, “Dallagnol quer esconder o sol com a peneira. A questão não é ter acesso ao juiz e, sim, combinar os passos com ele. Isso revela a parcialidade do juiz, a promiscuidade da relação entre ambos e enterra a ideia republicana de justiça”.

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