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Brasil

Parlamentares questionam força do fundo 3G Radar no conselho da Eletrobrás

Áudio revela que a 3G, mesmo tendo pequena parte das ações da Eletrobrás, conseguiu montar o Conselho de Administração da companhia

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Eletrobrás (Foto: REUTERS)
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247 - Matéria da Folha de S. Paulo na sua edição da última segunda-feira (12) trouxe denúncia sobre os bastidores do Conselho de Administração da Eletrobrás, com um áudio vazado de uma reunião do Conselho realizada em 26 de janeiro.  De acordo com a matéria, a 3G Radar, mesmo não detendo 0,05% do capital votante da Eletrobrás, conseguiu se articular para montar o Conselho de Administração e comandar a empresa. A 3G escalou o conselheiro Pedro Batista para comandar a operação que envolveu articulações com outros acionistas e o governo Jair Bolsonaro (PL).

A revelação despertou indignação de trabalhadores, movimentos populares e parlamentares. Nesta quarta (14), cerca de 100 manifestantes foram para a porta da Eletrobrás pedir a dissolução imediata do Conselho de Administração e da diretoria-executiva da companhia.

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Pelo Twitter, a deputada federal Erika Kokay (PT-DF) disse que “a Eletrobrás foi sequestrada!". "Reportagem da Folha revelou que gestora com apenas 1,3% do capital total da empresa possui grande poder no Conselho de Administração. A soberania energética é um assunto sério e diz respeito ao povo brasileiro. Não pode ser reduzido aos interesses financeiros de poucos acionistas minoritários".

Na mesma rede, o deputado federal Alencar Santana (PT-SP) foi enfático: “escândalo! A gravação de uma reunião interna na Eletrobrás, conseguida pela Folha, deixa claro que o Grupo 3G de Lemann articulou privatização da empresa e ocupou posições no Conselho de Administração, que define a diretoria e traça estratégias". E foi além: “a Eletrobrás foi privatizada de graça e deu poderes aos minoritários da 3G Radar de Lemann, os mesmo que quebraram as Lojas Americanas e a Light. E agora querem fazer da Eletrobrás uma nova Lojas Americanas".

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O deputado federal Glauber Braga (Psol-RJ) registrou o ato no Rio e declarou apoio aos manifestantes: “hoje, em frente à Eletrobrás do RJ, trabalhadores e movimentos sociais fizeram um ato contra golpe em curso na Eletrobrás e pedem a dissolução imediata do Conselho de Administração e da Diretoria-Executiva da empresa. Tem todo nosso apoio! É com mobilização que vamos seguir lutando pela reestatização, em defesa de uma Eletrobrás pública. Não ficaremos de joelhos!”.
O deputado federal Alexandre Lindenmeyer (PT-RS) registrou apoio às manifestações: “eletricitários pedem a dissolução do Conselho e da Diretoria da Eletrobrás em grande ato no Rio. Manifestantes pediram investigação rígida da privatização da Eletrobrás e das consultorias contratadas recentemente”.

O deputado federal Carlos Zarattini (PT-SP) pediu revisão e investigação do processo de privatização da Eletrobrás: “é escandalosa a denúncia de que a gestora 3G Radar tenha poder na formação do Conselho de Administração da Eletrobrás. Com menos de 2% do capital da Eletrobrás, a empresa não poderia estar interferindo assim. Esse lobby é criminoso e coloca em risco a tomada de decisões. A privatização da Eletrobrás precisa ser revista no detalhe já que todos os dias surgem novos indícios de uma gestão criminosa na empresa. Essa denúncia de influência da gestora 3G Radar na formação do conselho da Eletrobrás precisa ser investigada".

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O deputado federal Padre João (PT-MG) foi incisivo: "pegaram o dinheiro, deram calote de mais de R$ 40 bilhões na Americanas. Agora pegaram a Eletrobrás. Continuam saqueando o país. Este é o grupo 3G: Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Alberto Sicupira. 3G Radar... Ganhou a Eletrobrás de presente de Bozo [Bolsonaro]... Corrupção. Roubo da Eletrobrás".
Na tribuna da Câmara, o deputado federal Reimont (PT-RJ) criticou “a vergonhosa privatização da Eletrobrás”. Reimont mencionou detalhes da matéria da Folha de São Paulo e da relação de Pedro Batista com Lemann, Telles e Sicupira. Por fim, registrou a luta pela retomada do poder de voto da União na Eletrobrás, já que hoje o Estado Brasileiro, mesmo tendo 42% das ações, vota apenas com 10% por conta de uma manobra estatutária.

No final desta quinta-feira (15), a Advocacia-Geral da União (AGU) voltou a protocolar no âmbito da ADI (Ação Direta de Inconstitucionalidade) 7385 no Supremo Tribunal Federal (STF). A AGU defende que o Supremo suspenda pontos da lei de privatização da Eletrobrás. O órgão afirma que há urgência na concessão do pedido já que a norma "está acarretando graves restrições aos direitos políticos da União na gestão da Eletrobrás".

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