Região onde indigenista e jornalista britânico desapareceram já foi palco de ataque a tiros e assassinato
Os Indigenistas Associados (INA) afirmam que servidores e colaboradores se sentem ameaçados e invasores e infratores encorajados diante da impunidade
247 - Os Indigenistas Associados (INA), associação de servidores da Funai, publicaram nesta segunda-feira (6) uma sequência de tuítes nos quais pedem rápidas buscas pelo indigenista Bruno Araújo e pelo jornalista britânico Dom Phillips, desaparecidos no Vale do Javari, na Amazônia.
A entidade lembra que na região onde desapareceram Araújo e Phillips, uma base da Funai foi atacada a tiros em 2018 e um servidor do órgão foi assassinado em 2019. Com a impunidade, diz a INA, colaboradores se sentem ameaçados e infratores encorajados.
Leia as mensagens da INA:
"Nós, da Indigenistas Associados (INA), associação de servidores da Funai, seguimos acompanhando com apreensão e indignação as notícias sobre o desaparecimento do colega Bruno Araújo Pereira e do jornalista Dom Philips, correspondente do britânico The Guardian no Brasil.
Nos solidarizamos com amigos e familiares e reforçamos o clamor da sociedade para que as buscas se realizem com celeridade e intensidade, as maiores possíveis, e os acontecimentos sejam apurados com seriedade e rigor.
Bruno Araújo Pereira é servidor do quadro efetivo da Funai desde 2010. Foi Coordenador Regional da Funai no Vale do Javari por mais de cinco anos, além de Coordenador-Geral de Índios Isolados e de Recente Contato por cerca de um.
Bruno é reconhecido pelos indígenas com os quais trabalha e pelos colegas como um grande exemplo de profissionalismo e comprometimento com a proteção e a promoção dos direitos indígenas, em especial dos povos isolados e de recente contato.
No exercício do serviço público, Bruno coordenou inúmeras ações para coibir tráfico de caça, pesca e madeira no interior da Terra Indígena Vale do Javari, na tríplice fronteira Brasil-Colômbia-Peru.
Na região onde Bruno e o jornalista britânico desapareceram, uma base da Funai foi atacada a tiros em 2018 e, em setembro de 2019, um colaborador do órgão, Maxciel Pereira dos Santos, foi assassinado. A morte de Maxciel permanece sem esclarecimento.
A falta de apuração e punição de crimes como o que vitimou Maxciel vulnerabiliza o exercício do indigenismo de Estado em regiões remotas como o Vale do Javari. Indígenas, servidores e colaboradores se sentem ameaçados; invasores e infratores, encorajados a seguir adiante.
A INA alerta para a necessidade de que as autoridades sejam eficazes na busca pelos desaparecidos e na adoção de providências emergenciais para a garantia da proteção a indígenas, servidores e colaboradores no Vale do Javari".
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