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China reforça compromisso de colaborar com todas as partes para resultados positivos no COP30

Segundo a agência Xinhua, Pequim defende equilíbrio e cooperação multilateral rumo à conferência climática de 2025

O pesidente Luiz Inácio Lula da Silva com o vice-primeiro-ministro do Conselho de Estado da China, Ding Xuexiang, durante a recepção oficial dos chefes de delegação da Cúpula do Clima (COP30), no Parque da Cidade, em Belém (PA) - 06.11.2025 (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

247 – Em um comunicado divulgado pela agência Xinhua, o governo da China manifestou sua disposição de “trabalhar com todas as partes para alcançar resultados positivos e equilibrados” na próxima COP30 — a conferência da ONU sobre mudança climática que será realizada no Brasil.

Embora o texto original em inglês ainda seja o que circula para esse anúncio, não foram fornecidos trechos com declarações diretas ou entrevistas atribuídas. A mensagem central, conforme veiculada pela Xinhua, é que a China quer manter uma postura cooperativa e construtiva no âmbito climático global.

Principais pontos

  •  A China afirma estar preparada para colaborar com “todas as partes”, reforçando a importância da cooperação internacional frente às mudanças climáticas.
  •  O comunicado sublinha a necessidade de resultados que sejam ao mesmo tempo “positivos” e “equilibrados”, fórmula que sugere que Pequim busca conciliar ambição ambiental com respeito ao seu ritmo de desenvolvimento e interesses internos.
  •  Apesar desta declaração, analistas apontam que as metas chinesas de redução de emissões e de incentivo a energias limpas continuam aquém do necessário para manter a meta de aquecimento global abaixo de 1,5 °C, o que coloca pressão sobre o COP30.

 A postura chinesa reflete uma linha diplomática semelhante em outros fóruns, em que declara prontidão à cooperação global sob regras multilaterais — mas com ressalvas quanto a obrigações externas que possam comprometer sua soberania ou modelo de crescimento. 

Contexto e implicações

A conferência COP30 será um momento decisivo para os esforços climáticos globais, e a posição da China — maior emissora de gases de efeito estufa — é particularmente relevante. Mesmo com o compromisso recente de iniciar a redução das emissões antes de 2035, avalia-se que o esforço ainda está abaixo do requerido para garantir a meta de 1,5 °C estabelecida pelo Acordo de Paris. 

A frase de que Pequim deseja “resultados equilibrados” pode indicar que a China está atenta ao impacto econômico de medidas climáticas mais duras, como a descarbonização rápida ou a restrição de uso de carvão, sem deixar de sinalizar cooperação frente à comunidade internacional.

Além disso, o Brasil, país-sede da COP30, deve monitorar de perto esse posicionamento para avaliar como alinhar-se ou como pressionar por metas mais ambiciosas, já que a ação chinesa tem peso direto sobre os resultados da conferência.

O anúncio reforça que a China quer se colocar como parceira em fóruns multilaterais relacionados ao clima, mas também sugere que o caminho para metas mais ousadas ainda encontrará obstáculos — internos e externos. A eficácia desse compromisso dependerá dos próximos passos concretos antes e durante o COP30, e da forma como outras grandes economias irão reagir ou avançar.

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