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Reino Unido recua e deve ficar fora de fundo global para florestas da COP30

Sem apoio britânico, Brasil enfrenta desafio para alcançar meta de US$ 10 bilhões

Reino Unido recua e deve ficar fora de fundo global para florestas da COP30 (Foto: Marcelo Camargo/BNDES)

247 - O Reino Unido não deve participar financeiramente do novo Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês), principal iniciativa que o Brasil pretende lançar durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), marcada para Belém. A informação foi divulgada pela Bloomberg e indica que o país europeu não pretende aportar recursos no projeto que busca proteger as florestas tropicais ao redor do mundo.

Segundo a agência, a decisão britânica representa um obstáculo significativo para os planos do governo brasileiro, que busca arrecadar pelo menos US$ 10 bilhões até o próximo ano para consolidar o fundo. A meta inicial, mais ambiciosa, previa a captação de US$ 25 bilhões junto a governos e instituições internacionais, valor que seria posteriormente alavancado para alcançar cerca de US$ 125 bilhões em investimentos globais destinados à preservação ambiental.

Durante a conferência Bloomberg Green at COP30, em São Paulo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reconheceu as dificuldades enfrentadas e reduziu as expectativas de arrecadação no curto prazo. “Com base nas conversas que temos tido, acreditamos que é possível chegar a US$ 10 bilhões até o próximo ano”, afirmou Haddad.Antes da decisão, o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, havia cogitado destinar cerca de US$ 1 bilhão ao fundo, segundo informações da própria Bloomberg. O governo britânico também já havia concedido aportes menores a entidades técnicas envolvidas na criação do projeto. No entanto, de acordo com uma fonte ouvida pela agência, o Tesouro britânico avaliou que o país não tem condições de arcar com novos compromissos financeiros, em meio ao aumento da dívida pública e à necessidade de ajustes fiscais.

A ministra das Finanças do Reino Unido, Rachel Reeves, deve apresentar o novo orçamento ainda neste mês, e há expectativa de elevação de impostos para reforçar as receitas do governo. Procurada, a embaixada britânica no Brasil preferiu não comentar o assunto.

A decisão ocorre na véspera do encontro de líderes globais em Belém, onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva busca ampliar os compromissos internacionais com o TFFF. O Brasil já confirmou investimento de US$ 1 bilhão, enquanto a Indonésia anunciou a intenção de igualar o valor, consolidando o esforço conjunto dos países tropicais na preservação das florestas.

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