Em sinal de politização, Anvisa diz que irá considerar 'geopolítica' ao analisar uso emergencial de vacinas
Em meio à guerra política travada entre Bolsonaro e Doria por conta da vacina chinesa CoronaVac, a Anvisa afirmou que, no prazo de 10 dias para avaliar autorização de uso emergencial de qualquer imunizante, irá levar em consideração "questões relacionadas à geopolítica"
247 - Na nota em que estabeleceu o prazo de 10 dias para conceder autorização para uso emergencial de vacinas contra a Covid-19, a Agência Nacional de Vigilância Sasnitária (Anivsa) deu um sinal de politização de seu trabalho, ao defender que a “geopolítica” seja levada em conta em sua decisão.
“[É preciso levar em conta a] potencial influência de questões relacionadas à geopolítica que podem permear as discussões nacionais e eventualmente decisões estrangeiras relacionadas à vacina da Covid-19”, diz o texto da Anvisa.
Segundo a agência, “há o risco ainda de que países coloquem interesses nacionais em primeiro lugar na garantia de acesso a uma vacina para seus próprios cidadãos, criando potencial de corromper o rigor com que as vacinas candidatas contra a Covid-19 são avaliadas para autorização de uso de emergência”.
Submetida aos interesses do governo de Jair Bolsonaro, a Anvisa está no meio da disputa política travada entre Bolsonaro e o governador de São Paulo, João Doria, que, por meio do Instituto Butantan, está fabricando a vacina chinesa CoronaVac, criticada por Bolsonaro.
Nesta segunda-feira (14), o Instituto Butantan afirmou que pedirá à Anvisa o registro definitivo para utilização da CoronaVac. "O Butantan vai solicitar o registro da vacina na Anvisa no próximo dia 23 de dezembro”, afirmou o governador João Doria.
