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Cultura

‘Depois de Stuart, mamãe ficou com medo de também me perder’, diz Hildegard sobre Zuzu Angel

Ao lado de Chico Buarque, Hildegard falou à TV 247 sobre sua mãe, Zuzu Angel, que completaria 100 anos na última semana. Zuzu foi uma estilista que teve a vida marcada pela busca incansável do filho Stuart Angel Jones, assassinado pela ditadura militar. Assista

Hildegard e Zuzu Angel (Foto: Divulgação)
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247 - Jornalista e ex-atriz, Hildegard Angel concedeu uma tocante entrevista à TV 247 ao lado do cantor Chico Buarque para celebrar o centenário de sua mãe, a estilista Zuzu Angel.

Zuzu ganhou notoriedade na história principalmente por causa de sua busca incansável pelo paradeiro do filho, Stuart Angel Jones, assassinado pelo regime militar. A estilista foi morta em 1976, em acidente simulado por agentes da ditadura.

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Na conversa conduzida pela apresentadora Regina Zappa, Hildegard falou sobre a força de sua mãe, que mesmo diante do trágico desaparecimento do filho seguiu em frente, não deixando de lado a busca por Stuart. Além de forte, Zuzu era, segundo Hildegard, inteligente, pois sabia exatamente a importância de seu relacionamento com a burguesia para a concretização de seu objetivo, que era achar Stuart. “Mamãe era aquela explosão. Aquela explosão de alegria, aquela explosão de entusiasmo, aquela explosão de trabalho, de vontade de melhorar, de conquistar seus objetivos que ela teve a vida inteira e que quando houve o episódio do Stuart ela canalizou tudo aquilo para aquela luta, para aquela busca, sem interromper sua produção criativa, comercial, marketing e relacionamentos sociais. Tudo isso misturado e ela fazia isso tudo naquele clima de drama”. 

Zuzu chamava pelo filho durante a madrugada enquanto dormia, disse Hildegard, que falou também sobre o clima em sua casa. “Ela era uma mulher atormentada. Ela dormia e falava: ‘Tut’, ‘Tut’, e isso era a noite inteira, ela chamando pelo filho. Mas de manhã ela acordava, colocava um disco do Chico, um disco da Della Reese, colocava ópera… Ela tinha essa mistura. Então não era uma casa infeliz, era uma casa reprimida, reprimida pelo momento”.

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Hildegard também relatou os impactos do trauma de Zuzu com a perda do filho em seu relacionamento com suas outras filhas, inclusive ela própria. A estilista tinha medo de que acontecesse com Hildegard, por exemplo, o que ocorreu com Stuart. “O convívio com a mamãe foi ficando muito difícil porque ela foi ficando com medo de me perder, e eu estava descobrindo o mundo, descobrindo a madrugada, descobrindo as pessoas inteligentes. E a mamãe naquela obsessão. Eu ia à casa de uma amiga e mamãe telefonava, acordava os pais dos amigos e eu ficava em um constrangimento enorme, porque os pais dos amigos eram liberais e minha mãe me protegia”.

Sobre Chico Buarque, que também participou da conversa, Hildegard afirmou que Zuzu via no artista seu filho, que foi retirado dela pela ditadura. “Mamãe efetivamente fazia uma transferência do Stuart para o Chico. Ela identificava o Stuart com o Chico. Talvez por tudo que o Chico significava, como um músico da resistência naquele momento e também pelo afeto dele, de disponibilizar o seu tempo, seus ouvidos, a sua casa para escutar aquela mulher desesperada”.

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