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Cultura

Diretor de 'A Vida Invisível' demonstra "pesar e indignação" por censura na Ancine

"Não há meias-palavras para a CENSURA – velada ou não – e para o ANIQUILAMENTO da cultura", reagiu Karim Ainouz, sobre a notícia de que a exibição do filme, protagonizado por Fernanda Montenegro, foi barrada em um evento para servidores da Ancine

Diretor da 'A Vida Invisível', Karin Ainouz (Foto: Divulgação | Fabrizio Bensch/Reuters)
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247 - O cineasta Karim Ainouz, diretor de 'A Vida Invisível', que disputa uma vaga no Oscar, disse ter recebido com "pesar e indignação" a notícia de que a Secretaria de Gestão Interna da Ancine vetou a exibição do longa em um evento para servidores. O filme é protagonizado pela atriz Fernanda Montenegro, que recentemente foi atacada e xingada pelo secretário de Cultura do governo Bolsonaro, Roberto Alvim.

Conhecido pelos filmes Madame Satã, O Céu de Suely e Praia do Futuro, o diretor falou em censura e criticou duramente o governo Bolsonaro, que segundo ele "põe deliberadamente em xeque a cultura de um país tão abundante quanto o nosso". 

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"Não há meias-palavras para a CENSURA – velada ou não –  e para o ANIQUILAMENTO da cultura. Não há meias-palavras para um governo do ÓDIO, do BOICOTE, do DESMONTE e da MORTE", diz, em um texto postado em seu Facebook. Em entrevista à Veja sobre o tema, ele questionou: Karim Aïnouz sobre censura na Ancine: "Por que somos tão temidos?".

Leia a íntegra de seu texto:

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“Foi com muito PESAR e INDIGNAÇÃO que recebi ontem a notícia de que “A Vida Invisível”, escolha nacional para o Oscar 2020 e o qual assino a direção, foi impedido de ser projetado em um evento de capacitação para servidores da ANCINE. Digo PESAR, pois é triste testemunhar os desdobramentos de uma política TÓXICA e COVARDE, perpetrada por um governo CATASTRÓFICO, que põe DELIBERADAMENTE em xeque a CULTURA de um país tão abundante quanto o nosso. Digo INDIGNAÇÃO, porque as ameaças serão APENAS ameaças e porque acredito, faço e continuarei fazendo de tudo para que a cultura circule à revelia dos que se apequenam e temem seu poder emancipador. Infelizmente já vi esse filme antes.

Não há meias-palavras para a CENSURA – velada ou não –  e para o ANIQUILAMENTO da cultura. Não há meias-palavras para um governo do ÓDIO, do BOICOTE, do DESMONTE e da MORTE. Não há meias-palavras para uma política COVARDE que tenta se escorar na própria INCAPACIDADE e IGNORÂNCIA. Não há meias-palavras para a DESINFORMAÇÃO DELIBERADA e a MENTIRA como tática de um governo IRRESPONSÁVEL que se agarra nas beiras de tudo que é FALSO.

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A Vida Invisível faz parte de uma safra de filmes que estão servindo como prova inconteste de que o fomento à cultura tem frutos grandiosos. Os filmes nacionais lançados na última década têm tido uma belíssima trajetória nos festivais internacionais e nas bilheterias. Eles têm representado a diversidade do Brasil de maneira poderosa e positiva.

A ameaça à vida do setor é CRIMINOSA, não só nos termos da importância da indústria pujante que é o cinema nacional hoje, gerando milhares de empregos, mas também e, principalmente, se entendermos a importância crucial que a cultura exerce na sociedade. A cultura é o que nos possibilita acreditar na dignidade coletiva. Ela desarma o horror.”

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