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Economia

Economistas do Plano Real que apoiaram Lula criticam fala do presidente eleito sobre o dólar

Em carta ao presidente eleito, Armínio Fraga, Pedro Malan e Edmar Bacha defendem controle de gastos públicos e combate à alta do dólar

Lula, Pedro Malan, Arminio Fraga e Edmar Bacha (Foto: Reuters | ABR | Reprodução)
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247 - Os economistas Pedro Malan, Armínio Fraga e Edmar Bacha, que estão entre os criadores do Plano Real e que apoiaram a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva criticaram a declaração do presidente eleito sobre a subida do dólar, em meio às negociações da PEC da Transição. 

Em carta publicada na Folha de S. Paulo, Malan, Fraga e Bacha defendem o mercado, afirmam que a alta do dólar e a queda da Bolsa não são "produto da ação de um grupo de especuladores mal-intencionados". 

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"A responsabilidade fiscal não é um obstáculo ao nobre anseio de responsabilidade social, para já ou o quanto antes. O teto de gastos não tira dinheiro da educação, da saúde, da cultura, para pagar juros a banqueiros gananciosos. Não é uma conspiração para desmontar a área social", afirmam. 

"É preciso entender que os juros, o dólar e a Bolsa são o produto das ações de todos na economia, dentro e fora do Brasil, sobretudo do próprio governo. Muita gente saudosa e trabalhadora, presidente. É preciso que não nos esqueçamos que o dólar alto significa certo arrocho salarial, causado pela herança que vem a reboque. Sabemos disso há décadas. Os sindicatos sabem", acrescentam os economistas Pedro Malan, Armínio Fraga e Edmar Bacha.

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>>> PEC da Transição “não é um cheque em branco”, diz Paulo Pimenta

Leia também matéria da Reuters sobre a declaração de Lula:

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Lula volta a criticar teto de gastos e desdenha de reação dos mercados: "paciência"

(Reuters) - O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar nesta quinta-feira a regra do teto de gastos, afirmando que ela deveria restringir o pagamento de juros ao sistema financeiro e garantir a manutenção dos desembolsos para a área social, e desdenhou das reações do mercado financeiro a suas falas.

"Quando você coloca uma coisa chamada teto de gastos, tudo o que acontece é tirar dinheiro da saúde, tirar dinheiro da educação, tirar dinheiro da ciência e tecnologia, tirar dinheiro da cultura, ou seja, você tenta desmontar tudo aquilo que faz parte do social e você não mexe num centavo do sistema financeiro, você não mexe num centavo daquele juro que os banqueiros têm que receber", disse Lula durante discurso no Egito, onde participa da cúpula da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o clima COP27.

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"Ah, mas se eu falar isso vai cair a bolsa, vai aumentar o dólar. Paciência. Porque o dólar não aumenta e a bolsa não cai por conta das pessoas sérias, mas por conta dos especuladores que vivem especulando todo santo dia", acrescentou.

O petista lembrou do discurso que fez na semana passada em que afirmou ser necessário ter responsabilidade fiscal, mas exaltou a importância do que chamou de responsabilidade social. Na ocasião, os mercados financeiros reagiram fortemente e interpretaram que o petista sinalizou descompromisso com as contas públicas em seu futuro governo.

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"Esses dias, eu não sei se vocês acompanharam e estou até aproveitando que a imprensa brasileira está aqui, mas eu fui fazer um discurso para os deputados e eu fazia o discurso que eu fazia na campanha, que não adianta ficar pensando só em responsabilidade fiscal, porque a gente tem que começar a pensar em responsabilidade social", disse.

"O que é um teto de gastos num país? Se o teto de gastos fosse para a gente discutir que a gente não vai pagar a quantidade de juros para o sistema financeiro, que a gente paga todo ano, mas a gente fosse continuar mantendo as políticas sociais, tudo bem. Mas não."

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Lula voltou a dizer que é necessário ter uma meta de inflação, mas ao mesmo tempo também repetiu que é preciso ter uma preocupação simultânea com o crescimento econômico.

"Nós temos que cumprir meta de inflação, sim, mas nós temos que ter meta de crescimento. Temos que ter algum compromisso de crescimento, de geração de emprego, porque senão como é que você vai garantir que a riqueza seja distribuída?", indagou.

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