Fraude no Banco Master pode alcançar R$ 12 bilhões, aponta PF
Operação que levou à prisão do controlador do banco indica esquema bilionário
247 - A operação da Polícia Federal que atingiu o Banco Master nesta terça-feira (18) revelou um possível esquema de fraude estimado em R$ 12 bilhões. A investigação, que resultou na prisão de dirigentes da instituição financeira, ganhou destaque durante depoimento do diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, na CPI do Crime Organizado, no Senado.
Segundo ele, a PF apreendeu R$ 1,6 milhão em espécie na residência de um dos investigados ligados ao grupo. “Essa operação de hoje a fraude é de R$ 12 bilhões. Não sei quanto que vamos conseguir bloquear. Sei que já em dinheiro apreendemos na residência de um investigado R$ 1,6 milhão em dinheiro nessa operação de hoje”, afirmou, segundo a CNN Brasil.
A ofensiva policial deflagrada pela manhã prendeu Daniel Vorcaro, controlador do Banco Master, além de seu sócio, Augusto Lima. Eles são suspeitos de envolvimento na emissão de títulos de crédito falsos por instituições integrantes do sistema financeiro nacional. Rodrigues relatou à CPI que acompanhou a operação desde o início do dia. “Estou desde de 5h e pouco da manhã acordado. Nós estamos fazendo uma operação importante, numa integração inclusive junto com Banco Central, com o Coaf, atuando em conjunto para um crime contra o sistema financeiro”, destacou.
O Banco Central decretou a liquidação extrajudicial do Banco Master e da sua corretora de câmbio. A decisão ocorreu menos de um dia depois de o Grupo Fictor manifestar interesse em adquirir a instituição financeira.
A ação da PF também alcançou o Banco de Brasília (BRB). Um mandado de busca e apreensão foi cumprido contra o presidente da instituição, Paulo Henrique Costa, afastado do cargo por determinação judicial. O diretor executivo financeiro, Dario Oswaldo Garcia Junior, também foi afastado temporariamente por 60 dias, conforme informou o próprio banco.
Durante o depoimento, Rodrigues enfatizou que atingir financeiramente o crime organizado deve ser prioridade das forças de segurança. “O crime organizado tem que ser enfrentado com descapitalização, tirando poder econômico, e prendendo lideranças, retirando lideranças de circulação”, afirmou.
Estava previsto ainda o depoimento de Leandro Almada, diretor de Inteligência Policial da PF, que não compareceu à sessão. O presidente da CPI, senador Fabiano Contarato (PT-ES), disse que o colegiado insistirá em ouvi-lo em outra data.


