Ibovespa fecha em alta com Rede D'Or em destaque; dólar fecha perto da estabilidade
Na visão da estrategista Aline Cardoso, do Santander, a bolsa brasileira "entrou claramente em território de 'bull-market'"
247 - O Ibovespa fechou em alta nesta segunda-feira (15), superando 163 mil pontos na máxima, com Rede D'Or entre os maiores ganhos após anúncio de dividendos, enquanto Braskem capitaneou as perdas tendo no radar acordo envolvendo a participação da Novonor. As informações são da Reuters.
Investidores também repercutiram dados mais fracos sobre a atividade econômica brasileira, enquanto seguem calibrando apostas para o começo de um aguardado ciclo de cortes de juros no país no próximo ano.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 1,24%, a 162.757,79 pontos, de acordo com dados preliminares, chegando a 163.073,14 pontos na máxima e marcando 160.766,37 pontos na mínima do dia.
O volume financeiro somava R$19,57 bilhões antes dos ajustes finais.
- REDE D'OR ON avançou 4,71%, após seu conselho de administração aprovar mais de R$8 bilhões em remuneração a acionistas. "Interpretamos este anúncio sobre dividendos como uma indicação clara de que a administração espera uma continuidade de forte geração de caixa no curto prazo, mesmo considerando a expansão planejada", afirmou o Itaú BBA.
- HAPVIDA ON subiu 4,01%, confirmando o terceiro pregão de alta após renovar mínimas históricas na semana passada. O papel vinha sofrendo desde a divulgação do balanço do terceiro trimestre, em meados de novembro. Após um tombo de mais de 40% no primeiro pregão após o resultado, a empresa anunciou um programa de recompra de ações com prazo de 18 meses.
- BRASKEM PNA fechou em queda de 2,39%, revertendo o tom positivo da abertura, quando subiu 7,68%. A Novonor anunciou acordo que pode levar à venda do controle acionário da petroquímica para a IG4 Capital, que, por sua vez, fez acordo para comprar cerca de R$20 bilhões em dívidas da Novonor detidas por bancos e garantidas por ações da Braskem.
Na visão da estrategista Aline Cardoso, do Santander, a bolsa brasileira "entrou claramente em território de 'bull-market'".
Em relatório enviado a clientes com data de domingo, ela destacou que, após a forte queda e o noticiário de 5 de dezembro de 2026, o Ibovespa já recuperou cerca de metade dos pontos que havia perdido naquele dia.
Naquela sexta-feira, o Ibovespa superou 165 mil pontos pela primeira vez na sua história no melhor momento, mas virou e fechou abaixo dos 158 mil, após o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) se lançar candidato para a eleição presidencial em 2026.
Para o analista Nícolas Merola, da EQI Research, a bolsa também segue referendada pelas expectativas envolvendo a política monetária norte-americana, em especial após o "tom um pouco mais dovish" do Federal Reserve na semana passada.
Nesse contexto, ele chamou a atenção para números dados da economia norte-americana previstos para a semana, que tiveram sua divulgação atrasada pelo "shutdown" nos Estados Unidos, incluindo o relatório do mercado de trabalho na terça-feira.
Em Wall Street, o S&P 500 fechou com declínio de 0,16%, mas os rendimentos dos títulos do Tesouro norte-americano mostraram alívio na sessão.
Dólar - Após chegar a oscilar abaixo dos R$5,40 pela manhã, o dólar ganhou força e fechou a segunda-feira próximo da estabilidade ante o real, com profissionais do mercado citando o tradicional fluxo de saída de recursos do país no fim de ano para justificar o movimento.
A recuperação do dólar no Brasil esteve na contramão do exterior, onde a moeda norte-americana cedeu ante a maior parte das divisas durante o dia.
O dólar à vista fechou com leve alta de 0,16%, aos R$5,4215. No ano, a moeda acumula baixa de 12,26%.
No exterior, um dos destaques era a queda firme do dólar ante o iene, com os agentes precificando uma elevação iminente de juros no Japão. O dólar também sustentou perdas ante uma cesta de moedas fortes durante a maior parte da sessão.
Às 17h11, O índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- caía 0,11%, a 98,304.
