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Empreendedorismo feminino cresce no Brasil e exige gestão estratégica

Com maioria das mulheres entre quem pretende empreender até 2026, especialistas alertam que planejamento, posicionamento e eficiência serão decisivos

Empreendedorismo feminino cresce no Brasil e exige gestão estratégica (Foto: Agência Brasil )

247 - O empreendedorismo feminino avança de forma consistente no Brasil e já redesenha o perfil de quem decide abrir um negócio no país. Dados da pesquisa Monitor Global de Empreendedorismo (GEM 2023) mostram que as mulheres representam 54,6% dos brasileiros que pretendem empreender até 2026, evidenciando uma mudança estrutural no mercado e nas relações de trabalho.

Apesar do crescimento expressivo, especialistas apontam que o desafio vai além do número de novos negócios. Informações do Sebrae indicam que, em Pernambuco, o empreendedorismo feminino ganha destaque, com 30% das empresas comandadas por mulheres, o que representa mais de 376 mil empreendedoras. Segundo a instituição, o avanço exige atenção à gestão e ao planejamento para evitar o fechamento precoce das empresas.

Para a mentora e especialista em negócios para mulheres, Aline Portela, o cenário atual demanda uma mudança de mentalidade por parte das novas empresárias. Ela alerta que a transição do empreendedorismo por necessidade ou intuição para uma gestão estratégica é essencial para garantir sustentabilidade no médio e longo prazo. “Estamos vendo um recorde de intenção de empreender, mas o mercado não aceita mais o amadorismo. Muitas mulheres começam no improviso, confundindo ter um trabalho com ter uma empresa. Se não houver clareza estratégica e um posicionamento de mercado bem definido, esse crescimento pode gerar lucro no curto prazo, mas resultará em exaustão e falência em poucos anos”, afirma.

Outro ponto destacado pela especialista é a busca por modelos de negócio que priorizem eficiência e liberdade de tempo, tendência que deve se consolidar até 2026. De acordo com Aline Portela, a ideia de que trabalhar excessivamente é sinônimo de sucesso começa a perder força entre as empresárias. “Empreender não pode ser sinônimo de esgotamento. O grande diferencial competitivo até 2026 será a capacidade da empresária de construir processos que permitam que o negócio rode sem a presença dela 24 horas por dia. O lucro sem liberdade é apenas um emprego de luxo com alta carga de estresse”, pontua.

Aline também ressalta que o posicionamento estratégico é determinante para quem deseja crescer de forma consistente em um mercado cada vez mais competitivo. Para ela, oferecer um bom produto ou serviço não é suficiente se não houver uma estratégia clara de marca e público. “Não basta ter um bom produto ou serviço. Quem não se posiciona de forma estratégica acaba competindo apenas por preço e trabalhando muito mais para ganhar menos”, explica.

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