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“Bolsonaro foi um dos maiores inimigos das Forças Armadas", diz Dom João

Príncipe critica elites, defendendo valores inspirados em Dom Pedro II, em conversa com Hildegard Angel, na TV 247. Assista

Dom João Henrique de Orléans e Bragança (Foto: TV 247/Captura de tela/Vídeo)

 247 - O príncipe Dom João Henrique de Orléans e Bragança foi taxativo ao afirmar, em entrevista à TV 247, que o ex-presidente Jair Bolsonaro "foi um dos maiores inimigos das Forças Armadas” ao misturar a instituição com o governo e levar milhares de militares para cargos civis. 

No “Conversas com Hildegard Angel – Do Império ao 8 de Janeiro: Dom João traça paralelos entre golpes”, da TV 247, Dom João traça paralelos entre o golpe militar de 1889, a República, os golpes posteriores e a crise política atual no país. 

Trineto de Dom Pedro II, ele também apresenta seu livro sobre o imperador e discute o papel das elites, da desigualdade social e da eficiência da máquina pública brasileira.

Segundo Dom João, o Brasil costuma reverenciar o caráter culto e ilustrado de Dom Pedro II, mas esquece sua luta persistente contra a escravidão e sua defesa de uma administração baseada em mérito. Ele ressalta que o imperador dizia que “as indicações para cargos públicos nunca devem ser políticas, devem ser por mérito” e que gastos inúteis eram “furto à nação”. 

Para o príncipe, esses fundamentos continuam sendo desrespeitados tanto pela direita quanto pela esquerda. Ele recorda também projetos de reforma agrária e de taxação progressiva das grandes propriedades rurais, formulados por André Rebouças e abraçados por Dom Pedro II, que foram barrados pelas oligarquias da época. 

Dom João estabelece um paralelo direto entre os conspiradores da República de 1889 e os golpistas bolsonaristas recentes. Ele afirma que, se Deodoro da Fonseca e outros líderes militares do golpe republicano atuassem hoje, “seriam julgados e estariam presos, como estão agora os que tentaram golpe”.

Ao comentar o sistema político atual, Dom João resgata a expressão “centrão” e sustenta que essa lógica de blocos fisiológicos domina o Brasil “há 400 anos”. Para ele, uma elite política e econômica se instalou sobre o Estado e “troca figurinhas” entre si. Assista: 

 

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