Direito à reação contra a tirania está previsto no direito internacional, diz Valter Pomar

247 - O historiador Valter Pomar abordou em entrevista à TV 247 o conflito que eclodiu entre palestinos e israelenses no último sábado. Com o lançamento da "Operação Inundação Al Aqsa" pelo Hamas, a catástrofe humanitária na região tem se agravado, em especial na Faixa de Gaza sitiada, à medida que o regime de Israel intensifica ataques aéreos a áreas densamente povoadas. 

Pomar não hesitou ao classificar Israel como o poder "ocupante, contrariando decisões da ONU", e acrescentou que "Israel vem assassinando palestinos na prisão a céu aberto que é a Faixa de Gaza com método, o que muitos especialistas não têm dúvida de dizer que é nazismo. Um estado cada vez mais teocrático e fascista que corrói os direitos da população, inclusive a israelense."

O direito internacional, segundo Pomar, prevê a reação de povos submetidos à tirania e opressão. "Sob ocupação de um estado fascista, o direito à reação está previsto no direito internacional. É preciso preservar os direitos humanos para que o ser humano não seja compelido, como último recurso, à rebelião contra a tirania e a opressão", argumentou ele, enfatizando: "É direito dos palestinos, submetidos à violência há décadas, reagir, sim."

Lamentando a violência contra os civis, israelenses e palestinos, ele destacou a complexidade da situação e a necessidade de compreender os direitos sob uma perspectiva histórica e jurídica. "Não apoiamos violência contra civis, mas dizer que não há justificativa para o recurso à violência, como o fez o Brasil, não é fato sob nenhuma perspectiva histórica e jurídica", concluiu o historiador.