'Esquerda precisa parar de blá-blá-blá sobre segurança pública e enfrentar a realidade', diz Lenio Streck
Jurista questionou a motivação por trás dos votos das classes mais humildes em candidatos da extrema direita que não buscam resolver efetivamente a questão. Assista na TV 247
247 - O jurista Lenio Streck alertou em entrevista à TV 247 que políticos do campo da esquerda precisam defender em seus discursos o papel central do Estado no combate à criminalidade e que o debate sobre segurança pública está sendo vencido pela extrema direita, que nada tem a contribuir.
'Por que os pobres votam na bancada da bala? A esquerda tem que responder porque a pessoa do morro vota na direita. Quem mais sofre com a violência são os pobres, e o Estado tem que ter, olhando para as vítimas, um discurso muito sincero, expressando preocupação', afirmou o estudioso.
De acordo com o jurista, a 'esquerda tem um problema sério com a segurança pública porque não se dá conta de um problema muito simples'. 'Tem que dizer que esses deputados não vão cuidar, e sim o Estado', continuou.
'Todos têm o direito fundamental a não ser assaltado, e o Estado vai garantir isso. As pessoas querem ouvir isso. A pessoa que perde seu celular no arrastão não quer ouvir o sociólogo que esse é um problema da estrutura e bla bla bla... O mundo real é muito mais complexo', acrescentou.
Transparência Internacional - Na entrevista, o jurista também criticou o relatório da ONG estrangeira lavajatista Transparência Internacional, que atacou o governo Lula e sugeriu que o Brasil supostamente teria piorado suas medidas de combate à corrupção em 2023.
'O relatório da Transparência Internacional apresenta várias falhas estatísticas. É uma burrice', disse. 'Onde está todo o dinheiro arrecadado? A Vara do Moro sumiu com R$ 2 bilhões', complementou.
O estudioso afirmou ainda existir a hipótese de o ex-juiz declarado suspeito pelo Supremo continuar no mandato. 'Eu não cravaria que ele será cassado'.
O julgamento de Moro vai acontecer no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PR), ainda sem data para acontecer após o adiamento da sessão, que estava marcada para o dia 19 de fevereiro. PT e PL acusaram o ex-juiz de prática de caixa 2, abuso de poder econômico e uso indevido dos meios de comunicação social. O senador negou qualquer irregularidade. Assista:
