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    "Míssil Oreshnik é um divisor de águas na guerra da Ucrânia", diz Pepe Escobar

    Analista destaca avanço tecnológico russo e incapacidade do Ocidente em compreender as implicações estratégicas do novo míssil hipersônico

    (Foto: Brasil247)
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    247 – Em entrevista ao canal Dialogue Works, no YouTube, o analista geopolítico Pepe Escobar analisou o impacto do míssil hipersônico Oreshnik, recentemente testado pela Rússia. Escobar destacou a superioridade tecnológica russa e como o Ocidente não está preparado para lidar com as implicações estratégicas desse avanço. "Eles não têm ideia do que os atingiu", afirmou.

    O Oreshnik, descrito por Escobar como "uma combinação da força destrutiva de uma arma nuclear de médio alcance com a precisão de um tiro de sniper", representa um marco no arsenal militar russo. Segundo ele, o míssil foi reservado para "o momento certo", e sua apresentação ao mundo ocorreu após ataques autorizados pelos Estados Unidos contra alvos russos. “Nem mesmo Putin sabia do teste até o último minuto”, revelou, citando fontes do Kremlin.

    Mudança no controle estratégico

    Escobar enfatizou que o Oreshnik altera radicalmente o equilíbrio militar global, colocando a Rússia no controle da escalada de tensões. "A Rússia tem algo que ninguém no mundo possui, nem mesmo a OTAN, e pode decidir usá-lo à sua vontade", afirmou. Ele também apontou que a produção em massa do míssil já começou, o que coloca o Ocidente em uma posição de grande desvantagem.

    Segundo o analista, o Ocidente permanece preso a armas como os mísseis Storm Shadow e Scalp, que estão "duas ou mais gerações atrás" das tecnologias hipersônicas russas. "Eles não conseguirão acompanhar o que a Rússia desenvolveu desde o início deste século", analisou.

    Respostas descoordenadas do Ocidente

    Escobar ironizou a resposta de países ocidentais às novas capacidades militares russas, citando medidas como a transformação de estações de metrô em abrigos antiaéreos, proposta pelo governo alemão. "É o reflexo de um desespero profundo e de uma completa falta de entendimento estratégico", criticou.

    Geopolítica e desafios para o BRICS

    Na entrevista, o analista também abordou as repercussões globais da escalada militar e as pressões sobre o BRICS, especialmente no contexto das sanções econômicas impostas pelo Ocidente. Ele destacou que essas sanções provavelmente acelerarão a implementação de sistemas financeiros alternativos ao dólar dentro do bloco.

    Sobre a América Latina, Escobar mencionou o Brasil como um ator-chave, mas vulnerável, devido à oposição interna ao BRICS e à forte influência dos Estados Unidos. "A presidência brasileira no BRICS no próximo ano será desafiadora, mas o apoio da Rússia e da China será crucial", pontuou.

    Tensões no Oriente Médio e o futuro dos conflitos globais

    A conversa também incluiu uma análise sobre as tensões entre Israel e o Irã. Escobar alertou para o risco de um confronto de grandes proporções, que poderia envolver diretamente os BRICS. "Um ataque ao Irã será, inevitavelmente, um ataque à Rússia e à China, com repercussões globais significativas", afirmou.

    Mensagem clara e ignorada

    Para Escobar, o teste do Oreshnik foi uma mensagem clara da Rússia ao Ocidente, que, no entanto, permanece em uma "bolha de isolamento". "A arrogância do poder é o maior obstáculo para um diálogo racional", concluiu.

    A entrevista completa com Pepe Escobar está disponível no canal Dialogue Works, no YouTube. Confira: 

     

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