TV 247 logo
    HOME > Entrevistas

    “O 'Lobo solitário' teve influência da alcateia radicalizada”, afirma historiador

    Especialista explica contexto do neofascismo e do extremismo político no Brasil

    (Foto: ABR | Divulgação )
    Dafne Ashton avatar
    Conteúdo postado por:

    247 - Durante entrevista ao programa Denise Assis Convida, na TV 247, o historiador e professor Odilon Caldeira Neto abordou temas relacionados ao extremismo político, ao neofascismo e ao bolsonarismo no Brasil. Coordenador do Observatório da Extrema Direita, Odilon apresentou uma análise histórica e atual sobre a atuação de grupos extremistas no país, explorando conexões entre ataques individuais e uma rede mais ampla de radicalização.

    Odilon destacou que o fenômeno do neofascismo no Brasil é tardio em relação à Europa e aos Estados Unidos, surgindo especialmente a partir da transição democrática nos anos 1980. “A autonomia organizacional começa a ocorrer durante a transição democrática. Inicialmente, esses grupos neonazistas e neo integralistas eram mais fechados, mas, com o avanço da internet, passaram a se conectar com o universo neofascista global, intensificando sua radicalização.”

    Ao tratar de atos extremistas, como o atentado em Brasília, ele explicou que ações individuais, embora pareçam desconexas, estão inseridas em contextos maiores. “O lobo solitário não é radicalizado por livre iniciativa, sem nenhuma conexão com suas comunidades de valor político. Ele está inscrito numa comunidade de radicalização.”

    Sobre o impacto do bolsonarismo nesse cenário, Odilon argumentou que houve uma legitimação de discursos extremistas. “O governo Bolsonaro trouxe ao poder não apenas a extrema direita, mas também elementos da galáxia da extrema direita, incluindo grupos neonazistas e valores como racismo, transfobia e masculinismo.”

    O professor também analisou o impacto das plataformas digitais na disseminação do extremismo. “Plataformas como Tik Tok e Discord estão recheadas de conteúdo extremista, com apelos que atraem especialmente os mais jovens. Pessoas nervosas clicam mais, e isso é rentável para as plataformas. Elas não apenas permitem, mas lucram com o discurso de ódio.”

    Sobre a atuação jurídica e legislativa, Odilon afirmou que a legislação brasileira não acompanhou a evolução do extremismo. “O repertório simbólico e estratégico desses grupos mudou. Eles deixaram os espaços físicos e agora ocupam o ambiente digital, onde a legislação ainda é frouxa.” Assista: 

     

    ❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com redacao@brasil247.com.br.

    ✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.

    iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

    Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

    Relacionados