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“Porto Alegre parece uma cidade fantasmagórica, paralisada”, diz Jeferson Miola

Jeferson Miola responsabiliza negligência governamental pela inundação de Porto Alegre e clama por justiça para os afetados

(Foto: Reprodução | REUTERS/Diego Vara)

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247 - O jornalista Jeferson Miola concedeu uma entrevista ao programa Bom Dia 247, abordando a recente tragédia das enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul. Miola criticou duramente a gestão pública e a falta de medidas preventivas, responsabilizando diretamente a administração local pela calamidade.

“Esse vai ser um processo longo, tivemos um recrudescimento do nível das águas”, afirmou Miola, destacando a gravidade da situação. Ele descreveu um cenário desolador em Porto Alegre: “Nós temos uma realidade dramática, com muitos desalojados, desabrigados e mortos”. 

A capital gaúcha, segundo Miola, transformou-se em um lugar quase irreconhecível. “O ambiente de Porto Alegre parece uma cidade fantasmagórica, paralisada”, disse, enfatizando o impacto visual e emocional que as enchentes causaram. “Tem situação de depressão geral, de trauma geral”, acrescentou, ressaltando o estado psicológico da população.

Miola também destacou a solidariedade emergente entre os cidadãos, afirmando que, apesar da tragédia, existe “um clima de muita solidariedade” onde “quem não pode doar dinheiro, doa seu tempo e seu trabalho”. No entanto, ele lamentou profundamente o sofrimento generalizado: “Tem um ambiente de muita tristeza e muita desolação”.

Sobre as ações do governo, o jornalista não poupou críticas. “Nada foi feito por esses governantes irresponsáveis, que precisam responder administrativamente, civilmente e criminalmente por isso”, declarou Miola. Ele ressaltou que a catástrofe poderia ter sido evitada com um sistema de defesa adequado. “Não precisaríamos estar passando por isso que estamos passando, isso não é culpa da natureza e nem um castigo divino, um castigo de Deus. Isso aconteceu por causa do sistema capitalista e pela inação falha e a negligência, especialmente no caso de Porto Alegre, na gestão de Sebastião Melo. Se o sistema de defesa não tivesse sido negligenciado, Porto Alegre não teria sido inundada”.

A entrevista deixou claro que, na visão de Miola, a tragédia não foi um mero acaso da natureza, mas sim um reflexo de políticas públicas falhas e da exploração desmedida dos recursos. “Fizeram um laboratório de políticas neo-liberais aqui no Rio Grande do Sul, despreocupado com as estruturas públicas e entregaram territórios para exploração inescrupulosa”, concluiu.

A recuperação de Porto Alegre, segundo Miola, será uma tarefa árdua e demorada. “Vai levar um longo tempo para a gente recuperar a cidade de Porto Alegre e muito tempo para a gente recuperar a autoestima”, refletiu, sugerindo que as consequências das enchentes se estenderão muito além da reconstrução física da cidade.

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