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Criança brasileira sofre grave mutilação após violência em escola em Portugal

Mãe denuncia omissão da instituição e pede responsabilização após ataque que amputou dedos do filho

Criança brasileira sofre grave mutilação após violência em escola em Portugal (Foto: Rafael Marchante/Reuters)

247 - Uma criança brasileira de nove anos ficou com três dedos da mão esquerda mutilados após um episódio de violência dentro da Escola Básica de Fonte Coberta, em Viseu, no norte de Portugal. O caso ganhou repercussão após a mãe do menino, Nivia Estevam, relatar publicamente a gravidade da agressão e a falta de respostas da instituição de ensino, informa o Opera Mundi.

Segundo Nivia, o filho vinha sendo alvo de intimidações e agressões físicas desde que ingressou no Agrupamento de Escolas de Souselo. Apesar das reiteradas denúncias dirigidas aos responsáveis escolares, nenhuma providência foi tomada. A mãe afirma que episódios como puxões de cabelo e pontapés eram frequentes, mas as queixas eram ignoradas ou negadas pelos docentes.

A situação atingiu um ponto crítico na manhã de segunda-feira (10), durante o intervalo. Conforme o relato, o menino foi perseguido por colegas enquanto estava no banheiro. Dois alunos teriam fechado sua mão no vão da porta, provocando o esmagamento e a amputação imediata das pontas de três dedos.

De acordo com a mãe, o menino descreveu com desespero o momento do ataque. “Ele me disse que ficou desesperado, sangrando muito, e que fez força para a porta abrir, mas não conseguiu porque as crianças seguravam. No instinto de sobrevivência, meu filho se arrastou por baixo da porta, gritando por ajuda, enquanto as crianças corriam também. Quando uma funcionária o encontrou, devido à gravidade das lesões, acabou passando mal e não conseguiu prestar socorro, precisou chamar outra colega de trabalho”.

A família vive a poucos minutos da escola, mas não foi informada da real extensão dos ferimentos. Nivia só soube da mutilação quando o filho já estava na ambulância a caminho do Hospital de São João, no Porto. Ela acusa a escola de negligência tanto na apuração das agressões anteriores quanto na comunicação do episódio.

Para a mãe, a conduta da instituição tenta minimizar o caso. “A escola está trabalhando isso tudo como ‘coisa de criança’, ou seja, uma brincadeira que não acabou bem”, afirmou. O Opera Mundi tentou contato com a direção da Escola Básica de Fonte Coberta na quinta-feira (13), mas não obteve resposta.

Residente em Viseu há cerca de cinco meses e com dupla nacionalidade, Nivia informou que já havia registrado uma queixa na polícia, mas decidiu tornar o caso público após sentir que a situação estava sendo relativizada por outras famílias. Nas redes sociais, ela compartilhou a mensagem enviada por uma das mães das crianças envolvidas, em que a mulher dizia ser necessário ouvir ambas as versões, pois “há crianças dos dois lados”.

Do hospital, Nivia também divulgou um vídeo em que o menino relata o medo que sentiu durante o sangramento, afirmando que pensou que poderia morrer. 

O Consulado do Brasil em Lisboa já está ciente do caso e aguarda informações oficiais das autoridades portuguesas. A investigação segue em andamento, enquanto a família cobra responsabilização e medidas de segurança para evitar novas situações de violência em ambiente escolar.