Sobrinho de Bolsonaro vai a júri popular por tentativa de feminicídio
Orestes Bolsonaro Campos é acusado de atacar a ex-esposa e o então namorado dela em 2020
247 - O empresário Orestes Bolsonaro Campos, sobrinho do ex-presidente Jair Bolsonaro, será julgado pelo Tribunal do Júri nesta terça-feira (11/11), em São Paulo. A sessão está marcada para as 9h, na 3ª Vara do Júri da capital. As informações são do portal Metrópoles, que acompanha o caso desde a denúncia apresentada pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP).
O processo, embora se refira a um ataque ocorrido no interior do estado, foi deslocado para a capital a pedido do MPSP. A juíza Isabel Begalli Rodriguez determinou a convocação de todas as testemunhas e do réu para a sessão, na qual serão analisadas as acusações de tentativa de feminicídio e tentativa de homicídio.
Ataque ocorreu em 2020
De acordo com a denúncia, Orestes manteve um relacionamento de cerca de 17 anos com a vítima. Mesmo após a separação, ele não aceitava o novo relacionamento da ex-esposa. A promotoria descreve um ciclo de agressões que já marcava a convivência antes do fim do casamento.
Segundo o MPSP, “a violência doméstica e familiar foi marcada pela violência física e psicológica exercida pelo denunciado, que, durante o relacionamento, já vinha praticando constantes agressões físicas e verbais contra a ofendida, em razão de sua personalidade possessiva e violenta”.
Na manhã do ataque, em outubro de 2020, o réu teria invadido a casa da ex-companheira enquanto ela e o namorado dormiam. Orestes estaria armado e também teria utilizado um pedaço de madeira para agredir o casal, ainda de acordo com a denúncia. A mulher conseguiu fugir com o filho no colo para buscar socorro.
Defesa nega tentativa de assassinato
À reportagem do Metrópoles, a defesa de Orestes Bolsonaro contestou a versão do Ministério Público e negou que o caso deva ser tratado como violência contra a mulher.
O advogado Sergei Cobra afirmou: “Ele fez uma agressão contra o namorado da ex-esposa. Não tem tentativa de homicídio nem de feminicídio. Ele deve responder por lesão corporal”.
Histórico de agressões
Orestes Bolsonaro já figurou como réu em outros processos relacionados à violência contra mulheres. Em 2020, no mesmo ano do ataque que agora chega ao Tribunal do Júri, ele foi condenado por agressão a uma ex-namorada. A pena foi de quatro meses de prisão em regime aberto, além do pagamento de indenização por danos morais. Outros procedimentos por tentativa de feminicídio também constam em seu histórico criminal.
O julgamento desta terça-feira deve definir se o empresário será responsabilizado pelas novas acusações, consideradas gravíssimas pelo Ministério Público.
