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Calor deve recuar e temporais voltam a se espalhar por grande parte do Brasil

Enfraquecimento de bloqueio atmosférico permite avanço da chuva e eleva risco de alagamentos e ventos fortes em várias regiões

Calor extremo no Brasil (Foto: Paulo Pinto / Agência Brasil)

247 - O padrão de calor intenso que marcou o feriado de Natal começa a perder força em boa parte do Brasil, abrindo espaço para o retorno das chuvas e de temporais típicos do verão. A mudança ocorre com o enfraquecimento de um bloqueio atmosférico que vinha atuando como uma espécie de barreira, impedindo a chegada de frentes frias e dificultando a formação de nuvens carregadas. Com a quebra desse sistema, o ar quente e úmido passa a circular com mais intensidade, favorecendo a organização das instabilidades em diferentes regiões do país.

Segundo análises da Climatempo e da MetSul Meteorologia, o deslocamento de frentes frias pelo Centro-Sul, combinado à circulação de ventos em níveis mais altos da atmosfera, reforça o transporte de umidade. Esse cenário cria condições para pancadas de chuva mais fortes, muitas vezes acompanhadas de raios e rajadas de vento, especialmente entre a tarde e a noite. O calor ainda persiste, mas sem os extremos registrados na semana passada, mantendo a sensação de abafamento e ampliando o risco de transtornos associados aos temporais.

São Paulo entra em fase de temporais frequentes

Na capital paulista, a previsão indica mínima de 21 °C e máxima de 34 °C, com céu carregado, pancadas de chuva e risco de granizo. Embora as temperaturas sigam acima dos 30 °C, os valores ficam cerca de 3 °C abaixo do recorde recente. A MetSul aponta que São Paulo passa agora a conviver com temporais quase diários, tanto na capital quanto no interior, com possibilidade de chuva forte a intensa, ventos fortes e queda de granizo. A maior umidade transforma o padrão de calor seco em um ambiente mais propício a tempestades, elevando o risco de alagamentos, quedas de árvores e outros impactos urbanos.

Rio de Janeiro mantém calor extremo

No Rio de Janeiro, a situação é diferente. A MetSul alerta que a onda de calor ainda está longe de terminar. As temperaturas máximas devem oscilar entre 35 °C e 38 °C na primeira metade da semana, com picos que podem chegar a 39 °C no meio da semana. Regiões da Zona Oeste já registraram marcas acima dos 40 °C nos últimos dias. Apenas a partir do fim da semana há expectativa de perda gradual de força do calor, quando o aumento da umidade tende a favorecer chuvas mais frequentes e o risco de temporais, trazendo alívio parcial, mas mantendo elevado o desconforto térmico.

Sul enfrenta volumes elevados de chuva e ventos fortes

No Sul do país, o cenário é de instabilidade generalizada. De acordo com a MetSul, o fim de ano será marcado por alternância de sol, calor, chuva volumosa e temporais nos três estados da região. No Rio Grande do Sul, várias cidades já acumulam entre 150 mm e 300 mm de chuva, com registros de vendavais, rajadas que chegaram a 97 km/h e até a ocorrência de um tornado na Serra Gaúcha. Nos próximos dias, as áreas mais instáveis devem avançar para Santa Catarina e Paraná, onde alguns municípios podem registrar acumulados entre 100 mm e 200 mm.

Alertas para alagamentos e deslizamentos

O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) aponta um cenário de atenção para eventos geo-hidrológicos nesta segunda-feira (29). No Acre, o risco de inundação do rio Acre é considerado alto, com o nível já crítico em Rio Branco e previsão de pancadas de chuva fortes ao longo do dia. Em Santa Catarina, o solo encharcado eleva o risco moderado de enxurradas, alagamentos e deslizamentos em cidades como Florianópolis, Blumenau, Joinville e Criciúma.

No Sudeste, áreas de São Paulo, do Vale do Paraíba, além de municípios como Petrópolis, no Rio de Janeiro, e Juiz de Fora, em Minas Gerais, também entram em alerta para enxurradas urbanas e transbordamento de córregos, principalmente entre a tarde e a noite, período de maior intensificação das chuvas.

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