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“Folha precisa abrir mão do golpismo antes de dar lições de democracia”, diz Luis Felipe Miguel

"O que ela quer nos vender como democracia está longe até da encarnação mais pálida do ideal democrático", critica o professor de Ciência Política da UnB Luis Felipe Miguel sobre o editorial da Folha deste domingo

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Por Luis Felipe Miguel, em seu Facebook - "Um jornal a serviço da democracia", diz o novo slogan da Folha.

É o jornal que apoiou o golpe de 1964 e não fez nem a autocrítica hipócrita que a Rede Globo fez.

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É o jornal que cedia seus furgões para que a Operação Bandeirantes levasse prisioneiros para os porões da ditadura, mas que até hoje finge que isso não ocorreu.

É o jornal cujo pranteado "publisher" dizia que no Brasil não teve ditadura: foi uma "ditabranda", que prendeu, exilou, torturou e matou tão pouquinha gente.

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É o jornal que apoiou o golpe de 2016 e não permite que, nas suas páginas, se diga que o golpe foi golpe.

O jornal que fez coro a todos os outros na defesa da Lava Jato e de suas arbitrariedades, do lawfare contra o ex-presidente Lula, da criminalização da esquerda.

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O jornal que bateu na tecla de que PT e Bolsonaro eram radicalismos simétricos, como forma de favorecer o apoio envergonhado da direita que se deseja civilizada a um projeto com nítidos tons neofascistas.

O jornal que é defensor infatigável da retirada de direitos da classe trabalhadora, da redução do Estado e da desnacionalização da economia. 

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E que age, de forma deliberada e cuidadosa, com o objetivo de estreitar o debate público sobre todas essas questões.

Fiel a seu espírito megalômano, a Folha se coloca agora no papel de timoneira da luta pela democracia.

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Decidiu até fazer uma exortação para que todos usem amarelo. É, obviamente, mais uma tentativa de reforçar o paralelo mentiroso com a campanha das diretas.

A Folha quer derrubar Bolsonaro - acho ótimo. Fico feliz, de verdade. 

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Quanto mais gente, melhor.

Mas, aliada na luta contra Bolsonaro, a Folha não o é na luta pela democracia. 

O que ela quer nos vender como democracia está longe até da encarnação mais pálida do ideal democrático.

Não merece seu nome uma "democracia" em que o campo popular tem papel fixo - o papel de derrotado, já que, quando há o risco dele obter alguma vitória, os poderosos têm a alternativa de virar a mesa.

Não merece seu nome uma "democracia" que quer tirar Bolsonaro, mas blindar Guedes (ou, pelo menos, suas políticas).

Antes de dar lições de democracia, a Folha tem que estar disposta a abrir mão do seu golpismo.

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