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    Ataque israelense mata quatro palestinos em Gaza em meio a novas negociações de cessar-fogo

    Exército de Israel afirmou que sua força aérea atacou "terroristas que estavam envolvidos em uma atividade suspeita"

    Gaza destruída (Foto: Reuters)
    Bianca Penteado avatar
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    CAIRO, 11 de março (Reuters) – Um ataque aéreo israelense matou quatro palestinos em Gaza nesta terça-feira, informou o serviço de emergência civil do território, enquanto mediadores árabes e os Estados Unidos tentavam resolver as divergências entre o Hamas e Israel sobre o acordo de cessar-fogo de 19 de janeiro.

    O Exército israelense afirmou que sua força aérea atacou "terroristas que estavam envolvidos em uma atividade suspeita no solo, no centro de Gaza, e representavam uma ameaça à força".

    No Hospital Batista Árabe Al-Ahli, parentes dos mortos chegaram para se despedir, sentando-se ao redor dos corpos envoltos em lençóis brancos. Médicos e familiares disseram que os quatro mortos, incluindo dois irmãos, eram civis.

    "A guerra acabou ou o que aconteceu? Nós não sabemos", disse Arafat Al-Hana, pai de uma das vítimas.

    Israel enviou uma delegação à capital do Catar, Doha, para novas negociações de cessar-fogo, e líderes do Hamas encerraram uma rodada de conversas no Cairo no início desta semana. No entanto, não há sinais de avanço para resolver as disputas que ameaçam o retorno ao conflito armado.

    Os combates em Gaza foram interrompidos desde 19 de janeiro sob a primeira fase da trégua, e o Hamas trocou 33 reféns israelenses e cinco tailandeses por cerca de 2.000 prisioneiros e detidos palestinos.

    O Hamas quer iniciar negociações sobre uma segunda fase que deveria incluir um acordo para a retirada total de Israel do enclave. Israel exige que o grupo militante palestino liberte os reféns restantes antes de iniciar a segunda fase das negociações.

    Nesta terça-feira, o Hamas acusou Israel de tentar causar fome em Gaza ao continuar suspendendo a entrada de ajuda humanitária e ao cortar a última linha de eletricidade em funcionamento no enclave, afetando uma usina de dessalinização de água e uma estação de tratamento de esgoto.

    Pressão

    "Pedimos aos mediadores que pressionem a ocupação (Israel) a cumprir seus compromissos e abrir as passagens imediatamente, garantindo o fluxo da ajuda humanitária e encerrando a política de punição coletiva imposta pelas autoridades de ocupação contra nosso povo", disse o grupo em comunicado.

    Israel cortou o fornecimento de alimentos, remédios e combustíveis neste mês, buscando pressionar o Hamas nas negociações de cessar-fogo. No domingo, anunciou o corte de eletricidade, o que, segundo organizações humanitárias, privaria os habitantes de Gaza de água potável.

    Se Israel continuar bloqueando a ajuda, há o risco de uma nova crise de fome em Gaza, alertou o chefe da agência da ONU para refugiados palestinos (UNRWA) no território nesta segunda-feira.

    "Acredito que, quanto mais avançamos (com os bloqueios de ajuda), mais veremos o impacto aumentar sobre a população. E, obviamente, o risco é que voltemos à situação que vivenciamos meses atrás, com o aprofundamento da fome na Faixa de Gaza", disse o Comissário-Geral da UNRWA, Philippe Lazzarini.

    Militantes liderados pelo Hamas realizaram um ataque transfronteiriço no sul de Israel em 7 de outubro de 2023, desencadeando uma ofensiva israelense na Faixa de Gaza que, segundo autoridades de saúde de Gaza, já matou mais de 48.000 palestinos.

    Os militantes do Hamas mataram 1.200 pessoas e sequestraram 251 reféns, segundo dados israelenses.

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