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      Canadá revida tarifas de Trump e impõe taxas de 25% sobre produtos dos EUA

      Premiê Justin Trudeau diz que medidas americanas são 'injustificáveis' e aplica sanções comerciais

      Justin Trudeau (Foto: Reuters/Blair Gable)
      Paulo Emilio avatar
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      247 - O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, anunciou que o país aplicará tarifas sobre produtos dos Estados Unidos a partir desta terça-feira (4), em retaliação às sanções comerciais impostas pelo presidente americano Donald Trump, que entraram em vigor no mesmo dia. A decisão marca uma nova escalada na guerra comercial entre os dois países.

      Em comunicado na segunda-feira (3), Trudeau criticou duramente a postura de Washington. "Nada justifica essas medidas (dos EUA)", afirmou o premiê, destaca a Folha de S. Paulo, citando a agência AFP. Segundo Trudeau, o Canadá responderá com tarifas de 25% sobre US$ 155 bilhões em produtos americanos.

      Por sua vez, Trump justificou a imposição de tarifas de 25% sobre todas as importações do Canadá e do México, alegando que os países vizinhos permitiram a entrada descontrolada de imigrantes e drogas nos Estados Unidos, com ênfase no fentanil. "As tarifas, vocês sabem, estão todas definidas. Elas entram em vigor amanhã", declarou o republicano na segunda-feira, frustrando expectativas de renegociação com as autoridades canadenses e mexicanas.

      A ofensiva de Trump também incluiu a China, com a duplicação da tarifa sobre produtos do país asiático, que passará de 10% para 20%. Em resposta, Pequim anunciou que retaliará com taxas adicionais entre 10% e 15% sobre vários produtos agrícolas americanos, incluindo carnes, frutas, vegetais, soja e milho, a partir de 10 de março.

      O impacto das tarifas foi imediato nos mercados financeiros. As principais bolsas de valores dos EUA registraram quedas expressivas na segunda-feira. O índice S&P 500 caiu 1,75%, fechando em 5.850,31 pontos, sua pior performance diária do ano. O Nasdaq Composite despencou 2,64%, para 18.350,19 pontos, enquanto o Dow Jones Industrial Average recuou 1,47%, chegando a 43.197,30 pontos. Entre as empresas mais afetadas, a fabricante de chips Nvidia teve um tombo de 8,69%, e o grupo de energia ConocoPhillips caiu 6,58%.

      O movimento também foi impulsionado pela divulgação de dados que indicaram uma retração na produção industrial americana em fevereiro, agravando a preocupação sobre os efeitos das sanções.

      A imposição das tarifas de 25% ao Canadá e ao México havia sido anunciada em 1º de fevereiro e deveria entrar em vigor no dia 3 do mesmo mês. No entanto, Trump adiou a medida por um mês após negociações com os vizinhos, que se comprometeram a reforçar a segurança nas fronteiras. Agora, sem avanços significativos nas tratativas, o presidente americano decidiu manter a promessa de endurecer as tarifas.

      O empresariado americano já alertou para os efeitos negativos da medida, que deve encarecer uma série de produtos consumidos pelos americanos, desde alimentos como abacates e carnes até automóveis. Segundo a CNN, em 2022, 90% dos abacates consumidos nos EUA foram importados, sendo que 89% vieram do México.

      A presidente do México, Claudia Sheinbaum, reagiu nesta segunda-feira e garantiu que o governo mexicano está preparado para lidar com as sanções. "Temos um plano A, B e C", afirmou. Ela também citou dados que apontam uma queda de 49,9% nas apreensões de fentanil na fronteira com os EUA entre outubro e janeiro, contestando as alegações de Trump.

      No caso canadense,  ainda de acordo com a reportagem, os principais produtos impactados incluem automóveis, peças, ferro, alumínio e gás. No entanto, os bens energéticos foram poupados da tarifa de 25% e serão taxados em 10%. O Canadá é o maior fornecedor de petróleo dos EUA, respondendo por 60% das importações de petróleo bruto do país.

      O ministro de Energia e Recursos Naturais do Canadá, Jonathan Wilkinson, alertou para as consequências das tarifas para os consumidores americanos. "Veremos preços mais altos de gasolina, eletricidade e aquecimento residencial com o aumento do custo dos insumos energéticos canadenses", afirmou em entrevista à CNBC.

      Trump afirmou que as tarifas só serão reduzidas se os países afetados transferirem suas fábricas para os Estados Unidos. "O que eles precisam fazer é construir suas fábricas de automóveis e outros produtos aqui nos EUA. Assim, não haverá tarifas", disse o presidente.

      Questionado sobre o limite máximo das sanções contra a China, Trump evitou responder e condicionou a decisão a possíveis reações de Pequim. "Depende do que eles fazem com sua moeda e suas retaliações econômicas", afirmou, minimizando os efeitos de uma escalada comercial. "Não acho que Pequim retaliará muito", concluiu.

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