Cresce o número de mortes de palestinos em prisões israelenses
Ao menos 110 palestinos morreram sob custódia israelense desde 2023
247 - O aumento expressivo de mortes de palestinos em prisões israelenses nos últimos três anos reacendeu denúncias de abusos e violações de direitos humanos no sistema carcerário do país. A escalada, apontada pela imprensa local, ocorre em meio a um ambiente já marcado por extrema tensão e sucessivos episódios de violência.Segundo informações divulgadas pela Prensa Latina, o portal israelense Walla revelou que ao menos 110 palestinos morreram sob custódia desde 2023. Os dados, analisados pelo meio de comunicação, mostram um salto significativo em comparação aos 178 óbitos registrados entre 1967 e 2007.
De acordo com o levantamento, 32 prisioneiros morreram em 2023, 47 no ano passado e pelo menos 31 em 2025, a maioria oriunda da devastada Faixa de Gaza — região que enfrenta destruição severa após dois anos de ofensivas militares. A situação das detenções, marcada por superlotação e restrições extremas, voltou a ser criticada por organizações humanitárias e governos estrangeiros.
O jornal Al Quds destacou ainda a atitude considerada provocativa do ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, que compareceu à Comissão de Segurança Nacional do Knesset usando um broche em forma de forca durante o debate de um polêmico projeto de lei. A proposta, aprovada em primeira leitura no mês passado, prevê a possibilidade de execução de palestinos condenados por terrorismo e ataques mortais.
Nas últimas semanas, palestinos, diversos países e ONGs reforçaram as críticas à iniciativa, classificando-a como racista e incompatível com normas internacionais de direitos humanos.
A postura de Ben-Gvir tem sido alvo de forte contestação. Em julho, durante sessão parlamentar, ele se vangloriou da política de reduzir drasticamente o acesso dos detidos palestinos à alimentação. “Antes, os detidos entravam magros e saíam gordos. Eles tinham de tudo: baklava, shawarma e cordeiro”, declarou. Em seguida, completou: “Estou aqui para garantir que os terroristas recebam o mínimo de comida”.
O ministro, conhecido por posições abertamente antiárabes, acumula mais de 50 acusações e oito condenações por tumultos, vandalismo e incitação ao racismo. Seu histórico inclui ainda ações provocativas contra palestinos e a manutenção, por anos, de uma foto de Baruch Goldstein — autor do massacre que matou 29 palestinos na Caverna dos Patriarcas em 1994 — exposta em sua sala de estar.
O avanço das mortes sob custódia e o endurecimento das políticas punitivas ampliam o alerta de instituições internacionais, que apontam deterioração das condições de detenção e crescente risco para os prisioneiros palestinos.



