Israel mantém ofensiva e amplia ataques em territórios palestinos
Bombardeios, demolições e prisões marcam nova escalada da violência
247 - A intensificação dos ataques israelenses na Faixa de Gaza e na Cisjordânia voltou a provocar mortes, destruição e novas denúncias de violações do cessar-fogo. Nas últimas horas, regiões do sul da Faixa de Gaza e áreas densamente povoadas foram alvos de bombardeios e operações terrestres conduzidas pelo exército de Israel.
As informações foram divulgadas pela agência oficial palestina Wafa, que relatou impactos de mísseis na cidade de Bani Suheila, no sul de Gaza, além da continuidade dos disparos de artilharia, incursões e ataques realizados por tanques e helicópteros militares.
De acordo com a emissora Al Jazeera, o Exército israelense detonou, ainda pela manhã, diversas residências no bairro de Shuja'iyya, na zona leste da Cidade de Gaza, e no campo de refugiados de Jabalia. Em outro ponto do território, aeronaves de guerra dispararam contra a área de Sheikh Nasser, na cidade de Khan Yunis, ampliando o alcance da ofensiva.
O Gabinete de Imprensa do Governo em Gaza afirmou que, desde o início do cessar-fogo, foram registradas quase 500 violações cometidas por Israel, resultando na morte de 344 palestinos e deixando outros 871 feridos. A Defesa Civil, por sua vez, informou a recuperação de 14 corpos entre os escombros de uma casa destruída no campo de refugiados de Al Maghazi. O edifício, de três pavimentos e pertencente à família Abu Hamda, havia sido demolido por um ataque aéreo durante a guerra. As autoridades locais estimam que cerca de 10 mil pessoas continuam soterradas em diferentes pontos do território devido à devastação acumulada.
A escalada também se estende à Cisjordânia ocupada, onde as tensões aumentam com o avanço das operações militares e a intensificação dos ataques de colonos israelenses. Segundo a Wafa, tropas israelenses invadiram a cidade de Jericó e os acampamentos de Aqbat Jabr e Ain al-Sultan, efetuando diversas prisões.
Na região norte, outras seis pessoas foram detidas na província de Jenin após uma incursão na aldeia de Marka. Em Jenin, considerada sede administrativa do governo palestino, mais uma prisão foi registrada, reforçando o clima de instabilidade em toda a Cisjordânia.
As ações sucessivas mantêm elevado o nível de alerta nas duas regiões e ampliam o quadro de destruição e deslocamento forçado que marca o cotidiano da população palestina.



