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Entenda por que a Europa está se voltando para a energia nuclear

Negociações internacionais em busca da expansão da energia limpa, crise energética e desenvolvimento econômico estão entre os motivos, a depender do país; entenda

(Foto: Reuters)
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247 - Em meio a negociações internacionais em busca da expansão da energia limpa, a crise energética que se anuncia na Europa em pleno inverno no continente tem levado ao desespero em relação à questão.
O jornal norte-americano The New York Times informa que “os países europeus [...] estão se voltando para uma alternativa que causou imenso pavor nas gerações anteriores: a energia nuclear”.

Esse tipo de energia, apesar de ser limpa quando tudo ocorre bem, pode envolver altos riscos de contaminação, quando há acidentes e se o lixo atômico não tiver um tratamento adequado.

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O uso de usinas nucleares causou medo na população nas décadas de 1970 e 1980 após os desastres que ocorreram em Three Mile Island (EUA, 1979) e Chernobil (ex-União Soviética, 1986) - e mais recentemente, em 2011, em Fukushima (Japão).

“A Polônia quer ter uma rede de usinas nucleares menores para ajudar a acabar com sua dependência do carvão. A Grã-Bretanha está apostando na Rolls-Royce para produzir reatores modulares baratos para complementar a energia eólica e solar. E, na França, o presidente Emmanuel Macron planeja desenvolver um enorme programa para seu país”, informa o NYT.

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“Países europeus anunciaram recentemente planos para construir uma nova geração de reatores nucleares. Alguns são menores e mais baratos do que os modelos mais antigos, ocupando o espaço de dois campos de futebol e custando uma fração do preço das usinas nucleares padrão. O governo Biden também está apoiando essa tecnologia como uma ferramenta de ‘descarbonização em massa’ para os Estados Unidos”, destaca o artigo.

Queda de braço: Alemanha x França

No entanto, na Europa, a Alemanha tem realizado campanha contra a implementação de mais usinas nucleares em solos europeus, gerando tensões com a França, maior produtor de energia nuclear do continente.

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Segundo reportagem do NYT, o governo francês “formou uma aliança incomum com países do Leste Europeu que desejam atrair mais investimentos para a energia nuclear, incluindo Bulgária, República Tcheca, Hungria, Polônia e Romênia”.

“O grupo está pressionando a União Europeia para classificar a energia nuclear como investimento ‘sustentável’, medida que desbloquearia bilhões de euros de ajuda estatal e investimento de fundos de pensão, bancos e outros investidores que buscam colocar dinheiro em causas ambientais. Áustria, Dinamarca, Luxemburgo e Espanha se juntaram à Alemanha para tentar conter a iniciativa em Bruxelas”, informa.

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Os defensores da expansão da energia nuclear defendem que apenas energias eólica e solar sozinhas “não serão suficientes para ajudar os países a cumprir as metas delineadas na cúpula do clima das Nações Unidas neste mês em Glasgow” (NYT).

A medida também está sendo apoiada por sindicatos trabalhistas europeus, segundo a reportagem. As entidades sindicais argumentam que as usinas nucleares geram empregos e são preferíveis às tecnologias renováveis, que necessitam de menos estrutura.

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Desenvolvimento nuclear

Os países capitalistas atrasados do Leste Europeu, como Polônia, Romênia e Ucrânia, altamente dependentes de usinas termelétricas a carvão, já começaram seu plano de desenvolvimento nuclear para sair do atraso energético, assinando contratos com empresas americanas e europeias para tecnologia de pequenos reatores.

Para estes países, a energia nuclear serve como forma para desenvolver a indústria nacional, uma vez que é um método muito mais eficiente e que a industrialização de um país é muito exigente em relação ao que oferecem outras formas de energia limpa, como a eólica e a solar.

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Segundo o NYT, “a Polônia sozinha planeja construir grandes reatores nucleares e pelo menos meia dúzia de pequenos em locais produtores de carvão para gerar energia e criar empregos”.

John Kotek, vice-presidente de desenvolvimento de políticas e assuntos públicos do Instituto de Energia Nuclear, um grupo norte-americano, afirmou que “a capacidade de trazer uma nova geração de energia elétrica em menos tempo e com um custo total de projeto mais baixo é o principal motivador”. 

Crise energética

Outro fator, no entanto, está levando os países europeus a buscar desenvolver a energia nuclear. De acordo com análises da Wood Mackenzie, uma empresa global de pesquisa e consultoria, a única maneira de a Europa Ocidental resistir a um inverno frio será por meio de um adicional de gás russo.

A agência russa Sputnik informou em outubro deste ano que “a Europa Ocidental se encontra em uma posição precária. Durante o verão, a região experimentou um calor recorde e não foi capaz de gerar tanta energia de usinas eólicas. Para abastecer a região, os fornecedores de energia tiveram que mergulhar em seus estoques de gás”.

Enquanto isso, a empresa de gás estatal russa, Gazprom, fornece mais de 40% do gás natural da União Europeia. O gás natural é o segundo combustível mais consumido nos 27 Estados-Membros da UE, depois do petróleo e seus derivados. 

“O relatório da Wood Mackenzie indica que, se a Europa enfrentar um inverno relativamente normal, eles não atingirão zero em suas reservas de gás, mas isso provavelmente fará com que os preços disparem. No entanto, o pior cenário poderia levar a Europa Ocidental ao frio”, continua a Sputnik.

“Nessa situação, um inverno frio na Europa Ocidental, Rússia e Ásia pode levar à escassez de gás. Com a Gazprom favorecendo o mercado russo nesse caso, isso deixará o resto da Europa e da Ásia lutando pelas sobras. Os meteorologistas acreditam que este pode ser mais um ano fraco do La Niña, que tem sido associado a invernos mais frios na Europa”, destaca.

Nesta situação de insuficiência energética, também soma-se o aumento do custo do gás natural no continente. O custo do gás na Europa se multiplicou por cinco em um ano e continua a aumentar, tornando improvável que a crise diminua antes da primavera.

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