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Greves e marchas tomam conta da Europa e da América Latina em repúdio às ações de Israel em Gaza

Mobilizações foram registradas em países como Alemanha, Itália, Colômbia e México

Estudantes protestam em apoio aos palestinos em Madri (Foto: Juan Medina/Reuters)

247 - Manifestantes fizeram atos em pelo menos nove países contra a interceptação de barcos que levavam ajuda humanitária para a Faixa de Gaza, onde, segundo o Ministério da Saúde local, mais de 66 mil palestinos morreram desde outubro de 2023 vítimas dos ataques israelenses. Mobilizações foram registradas ao pelo menos dez países - Alemanha, Argentina, Bélgica, Colômbia, Espanha, Grécia, Itália, México, Portugal e Uruguai. Mais de 400 ativistas ficaram sem paradeiro e ao menos 12 brasileiros foram detidos depois das interceptações israelenses

Portugueses e italianos convocaram greve geral em seus países contra as atrocidades de Israel, já denunciado na Corte Internacional de Justiça (CIJ) pelo crime de genocídio. As forças israelenses interceptaram as embarcações a cerca de 120 quilômetros da costa de Gaza. 

Em Bogotá, capital colombiana, os participantes do protesto fizeram a concentração próxima da Associação Nacional de Empresários da Colômbia (ANDI), acusada por um movimento pró-Gaza de manter vínculos econômicos com Israel. 

Em Buenos Aires, capital argentina, manifestantes condenaram o “ataque das forças de ocupação israelenses” e pediram o fim do genocídio em Gaza. 

Em Montevidéu (Uruguai), ativistas defenderam a libertação da Palestina e exibiram cartazes pedindo a prisão do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.

Em Roma, a imprensa estimou que cerca de 10 mil manifestantes saíram às ruas. Manifestantes bloquearam trens em Nápoles e Pisa. Também houve marchas em Milão, Turim, Gênova e Bolonha. 

Dois dos maiores sindicatos italianos convocaram uma greve geral para esta sexta-feira (3). “A agressão contra navios civis que transportavam cidadãos italianos é um assunto extremamente grave”, afirmou a central sindical CGIL (Confederação Geral Italiana do Trabalho, em português), ao convocar a paralisação.

Alertas e denúncia contra Israel

O genocídio cometido por Israel não só aposta na morte para o país de Netanyahu atingir seus objetivos na esfera internacional, mas bloqueia ajuda humanitária para as pessoas que tentam sobreviver na Faixa de Gaza. 

A ONU afirmou, em 22 de agosto, que mais de meio milhão de pessoas em Gaza estão passando fome. Foi a primeira vez que a fome foi declarada no Oriente Médio. 

Em dezembro de 2023, a África do Sul apresentou uma denúncia contra Israel na Corte Internacional de Justiça (CIJ). O governo sul-africano pediu a adoção de medidas provisórias, afirmando que ações e omissões de Israel na Faixa de Gaza configuram violações da Convenção para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio. Israel contestou a acusação e declarou que atua em legítima defesa contra ataques terroristas. O Brasil manifestou apoio à iniciativa da África do Sul.

Em janeiro de 2024, a CIJ determinou que Israel adotasse medidas para prevenir o genocídio em Gaza, punisse incitadores desse crime e assegurasse a entrada de ajuda humanitária na região. A Corte, no entanto, não atendeu ao pedido sul-africano para que fosse suspensa a ofensiva militar. Países como o Brasil declararam apoio à decisão.

Em novembro de 2024, a CIJ expediu mandados de prisão contra o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa Yoav Gallant e líderes do Hamas, sob a acusação de crimes de guerra. Tanto Israel quanto o Hamas negam ter cometido tais crimes.

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