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Hamas condiciona desarmamento ao fim da ocupação e à criação do Estado palestino

Negociador Basem Naim também denunciou uma série de violações do cessar-fogo por Israel

Basem Naim, alto funcionário do Hamas em Gaza, fala durante uma entrevista à Reuters em Istambul, Turquia, em 16 de outubro de 2024 (Foto: REUTERS/Murad Sezer)

247 - O negociador do grupo palestino Hamas Basem Naim afirmou em entrevista ao site The Grayzone, divulgada nesta quinta-feira (25), que os militantes só entregarão suas armas quando a ocupação israelense de fato chegar ao fim.

Naim defendeu que os palestinos têm o direito de resistir com armas à ocupação de Israel. "Somos um povo sob ocupação. A história não começou em 7 de outubro. Este genocídio vem ocorrendo, em diferentes intensidades, há 70 anos. Temos todo o direito de resistir à ocupação, como fizeram muitos povos em diversos países. Esse direito é reconhecido pelo direito internacional, sim. Podemos discutir essa exigência, mas, antes de tudo, ninguém pode nos negar o direito de resistir à ocupação. Precisamos de um caminho claro que leve à criação de um Estado palestino; então estaremos prontos para entregar as armas e nos integrar", disse. 

Ele também enumerou uma série de violações do cessar-fogo cometidas por Israel. Desde 10 de outubro, data em que o cessar-fogo entrou em vigor, mais de 350 palestinos foram mortos por Israel, a maioria deles crianças, mulheres, idosos e outros civis. "O Hamas cumpriu 100% de suas obrigações, entregando todos os prisioneiros e praticamente concluindo a devolução dos corpos dos mortos, além de respeitar o cessar-fogo, o que Israel não fez, pois não se comprometeu com nenhuma parte do acordo. A maioria das cerca de 350 pessoas mortas desde então eram crianças, mulheres, idosos e civis. Em 24 horas, registramos de 10 a 12 ataques israelenses", afirmou. 

"Isso foi expresso de forma muito clara aos mediadores. Nenhuma ação foi tomada para obrigar Israel a cumprir o acordo, uma vez que a passagem de Rafah não foi aberta. No que diz respeito à ajuda, 500 caminhões entram em Gaza por dia, mas a maior parte disso é comércio", acrescentou. Assista: 

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