Macron viaja à China para reforçar cooperação estratégica
Visita busca ampliar diálogo político e econômico entre Paris e Pequim
247 - O presidente francês Emmanuel Macron desembarca nesta quarta-feira (4) em Pequim para uma série de reuniões voltadas ao aprofundamento das relações estratégicas entre França e China.
Segundo a Prensa Latina, Macron viaja acompanhado da esposa, Brigitte Macron, do ministro das Relações Exteriores, Jean-Noël Barrot, além dos titulares da Economia e da Agricultura. O Palácio do Eliseu afirmou que o objetivo central é reafirmar a França e a União Europeia como interlocutores relevantes nas negociações estratégicas conduzidas com o presidente chinês, Xi Jinping.
Nos bastidores, a tentativa de avançar em caminhos para o fim da guerra na Ucrânia é um dos principais temas da agenda. De acordo com a presidência francesa, Macron pretende insistir com Xi para que use sua influência junto ao governo russo. “Precisamos nos entender melhor em relação à questão ucraniana e trabalhar juntos para alcançar uma paz sólida e duradoura”, declarou o presidente francês antes da viagem.
O ministro das Relações Exteriores francês reforçou, em entrevista à rádio France Culture, que a China pode desempenhar papel decisivo nas negociações. “Estamos contando com a influência da China, membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, assim como a França, sobre a Rússia, e com a aceitação do cessar-fogo por seu presidente, Vladimir Putin”, afirmou Barrot.
Além das discussões sobre a guerra, temas econômicos e regulatórios também prometem marcar a passagem de Macron por Pequim. Entre os pontos sensíveis está a ofensiva das autoridades francesas contra a varejista chinesa Shein, acusada de comercializar produtos considerados pedopornográficos na França — o que pode levar à suspensão temporária das atividades da empresa no país.
No plano econômico, Paris e Pequim devem abordar questões relacionadas a elementos de terras raras, energia, setor aeronáutico e investimentos. O déficit comercial francês com a China segue em expansão e atingiu 47 bilhões de euros no ano passado, o que se torna o tema central nas negociações bilaterais.
A agenda de Macron na capital chinesa busca não apenas avançar em pontos de fricção, mas também consolidar espaços de entendimento nas áreas em que os dois países têm interesses compartilhados, em meio a um cenário internacional marcado por tensões geopolíticas e desafios econômicos crescentes.


