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Paquistão condena Imran Khan e sua esposa a mais 17 anos de prisão por corrupção

Ex-primeiro-ministro e Bushra Bibi são acusados de reter ilegalmente presentes de Estado e causar prejuízo milionário aos cofres públicos

Paquistão condena Imran Khan e sua esposa a mais 17 anos de prisão por corrupção (Foto: Reuters)

247 – Um tribunal especial do Paquistão condenou neste sábado o ex-primeiro-ministro Imran Khan e sua esposa, Bushra Bibi, a 17 anos de prisão cada um por um novo caso de corrupção envolvendo a retenção ilegal de presentes de Estado. A decisão agrava ainda mais a situação judicial do casal, que já se encontra preso e acumula condenações em outros processos semelhantes.

A informação foi divulgada pela teleSUR, com base em dados de agências internacionais, e aponta que a nova pena começará a ser cumprida somente após o término das sentenças atuais às quais ambos já estão submetidos.

Segundo a decisão judicial, Khan e Bushra Bibi foram considerados culpados por adquirir, a preço reduzido, um conjunto de joias da marca Bulgari avaliado em 285.521 dólares. As peças teriam sido entregues ao então primeiro-ministro pelo príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, durante uma visita oficial em 2021. De acordo com o processo, Khan pagou apenas 10.350 dólares pelo conjunto, valor muito abaixo do preço de mercado.

A pena imposta inclui dez anos de “prisão rigorosa” relacionados diretamente à compra irregular das joias, além de outros sete anos com base na legislação anticorrupção paquistanesa. As informações foram confirmadas por um porta-voz do partido Pakistan Tehreek-e-Insaf (PTI), legenda liderada por Khan.

Além das penas de prisão, o tribunal determinou o pagamento de uma multa de 16,4 milhões de rupias para cada um dos condenados. Caso o valor não seja quitado, haverá acréscimo de tempo de detenção. Pela legislação do Paquistão, autoridades públicas são obrigadas a adquirir presentes recebidos de dignitários estrangeiros pelo valor de mercado e a declarar qualquer lucro obtido com eventual venda.

O ministro federal da Informação e Radiodifusão, Attaullah Tarar, comentou o caso e afirmou que houve prejuízo direto ao Estado. “Os presentes foram guardados para uso pessoal, privando o Estado de milhões de rupias. Bushra Bibi reteve os presentes e obteve um benefício econômico”, declarou. Segundo ele, as perdas estatais podem variar entre 30 e 70 milhões de rupias.

Imran Khan cumpre, desde agosto de 2023, uma pena de 14 anos de prisão em outro processo por corrupção. Bushra Bibi, por sua vez, está condenada a sete anos de prisão no mesmo caso. A nova sentença, portanto, amplia o tempo total de encarceramento do casal e reforça o cerco judicial contra o ex-líder paquistanês, que governou o país entre 2018 e 2022.

O caso segue repercutindo intensamente no Paquistão, onde aliados de Khan denunciam perseguição política, enquanto o governo sustenta que as condenações decorrem da aplicação rigorosa das leis anticorrupção do país.

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