Relato de jornalista alemã denuncia abuso sexual em prisões de Israel
Testemunho de Anna Liedtke reforça denúncias de violência sexual e tortura contra detidos após interceptação de flotilha humanitária rumo a Gaza
247 - Uma nova denúncia de violência sexual envolvendo forças de ocupação israelenses voltou a provocar repercussão internacional no contexto do genocídio em Gaza. A jornalista alemã Anna Liedtke afirmou ter sido vítima de abuso sexual após ser detida durante uma operação militar contra um navio que transportava ajuda humanitária com destino à Faixa de Gaza, no outono de 2025.
Segundo o relato, o navio da Flotilha da Liberdade foi interceptado a cerca de 100 milhas náuticas da costa de Gaza, e os ativistas a bordo foram levados para diferentes centros de detenção. A informação foi divulgada inicialmente pela Telesur, com base em material da Quds News Network.
Liedtke contou que, durante as revistas corporais realizadas após a transferência para as prisões, foi agredida sexualmente. Ela permaneceu detida por cinco dias e afirmou que, nesse período, ouviu relatos de outras mulheres que também teriam sido submetidas a violência sexual e tortura sob custódia israelense, o que a levou a tornar pública a denúncia.
Em sua declaração, a jornalista foi enfática ao responsabilizar o sistema prisional israelense. “O estado sionista, suas prisões e seus guardas deveriam se envergonhar”, afirmou, em fala literal reproduzida pela reportagem.
O testemunho de Anna Liedtke soma-se a uma série de acusações feitas por homens e mulheres palestinos que relatam abusos em centros de detenção de Israel. As denúncias ganham ainda mais peso diante de relatórios recentes de organizações de direitos humanos.
Um desses documentos é o relatório da organização israelense B’Tselem, intitulado “Bem-vindos ao Inferno”, que reúne evidências de abusos físicos, psicológicos e sexuais contra palestinos detidos por forças israelenses. De acordo com entidades de defesa dos direitos dos prisioneiros, mais de 90 palestinos morreram em prisões israelenses desde outubro de 2023, período marcado pela intensificação da ofensiva militar contra Gaza.
Além das mortes, organizações denunciam a prática de sequestros de civis, descrita como um padrão que facilitaria a ocorrência de crimes de guerra. O caso relatado por Liedtke amplia a pressão internacional por investigações independentes sobre violações de direitos humanos no sistema de detenção israelense e reforça a gravidade das acusações que vêm sendo documentadas desde o início da atual escalada do conflito.


