Camex mantém imposto de importação de 20% sobre resinas da Braskem
Decisão garante alívio temporário à companhia, que enfrenta crise financeira e risco de insolvência
247 - A Braskem S.A. anunciou nesta sexta-feira (17) que o Comitê-Executivo de Gestão (Gecex) da Câmara de Comércio Exterior (Camex) decidiu manter, até 16 de outubro de 2026, a alíquota de 20% do imposto de importação sobre as resinas de polietileno (PE), polipropileno (PP) e policloreto de vinila (PVC) comercializadas pela companhia. A decisão foi divulgada em comunicado oficial da empresa à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
De acordo com a Braskem, a medida está inserida na chamada Lista de Elevações Tarifárias Temporárias por Desequilíbrios Comerciais Conjunturais, utilizada pelo governo para proteger segmentos produtivos diante de assimetrias no comércio exterior. O anúncio dá continuidade ao comunicado ao mercado feito em 19 de setembro de 2024, quando a companhia já havia informado que aguardava uma definição da Camex sobre o tema.
Contexto da decisão
A manutenção da tarifa é vista como um alívio para a Braskem, que enfrenta um cenário de forte pressão financeira. A empresa vem registrando dificuldades relacionadas à queima de caixa, acúmulo de dívidas e crescente desconfiança do mercado quanto à sua capacidade de solvência.
Com a garantia da tarifa mais elevada sobre resinas importadas, a companhia ganha fôlego competitivo frente a produtos estrangeiros, que chegariam ao Brasil com preços mais baixos caso a alíquota fosse reduzida. O setor petroquímico vinha alertando para os riscos de retração industrial e perda de mercado em caso de flexibilização da barreira tarifária.
Desafios à frente
Apesar do impacto positivo imediato, analistas avaliam que a medida não resolve, por si só, os desafios estruturais enfrentados pela Braskem. A companhia precisa equacionar sua elevada dívida, reverter a desconfiança de investidores e lidar com questões operacionais e jurídicas, incluindo ações judiciais relacionadas a danos ambientais e sociais.
