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Inter&Co amplia lucro e acelera carteira de crédito no 3º trimestre

Banco digital registra avanço de 39% no lucro e cresce acima do mercado com foco em crédito com garantia

Banco Inter (Foto: Divulgação)

247 - A Inter&Co apresentou um salto relevante em seus resultados do terceiro trimestre de 2025, impulsionado pela forte expansão de suas linhas de crédito e pela melhora consistente de eficiência operacional. Segundo dados divulgados pelo banco, o lucro líquido atingiu R$ 336 milhões, avanço de 39% em relação ao mesmo período do ano anterior.

No segundo parágrafo, conforme exigido, o crédito à informação vai para a fonte original Brazil Stock Guide, que reportou também a ampliação da carteira de crédito para R$ 43,8 bilhões — um crescimento de 30% na comparação anual, ritmo três vezes superior ao observado no mercado brasileiro.

Crédito cresce com força e impulsiona receitas

O desempenho robusto foi sustentado pela estratégia de privilegiar operações com garantias, que ampliam a qualidade dos ativos e reduzem inadimplência. As receitas totais avançaram 29% na comparação anual, somando R$ 2,16 bilhões, amparadas principalmente pelo crescimento da margem financeira e pelo baixo custo de captação — equivalente a 68,2% do CDI, um dos mais competitivos entre as fintechs do país.

A base de clientes ativos aumentou em 1,2 milhão no trimestre, chegando a 23,9 milhões, enquanto o total de usuários cadastrados ultrapassou 41 milhões.

Entre os motores do crescimento está a linha de crédito consignado para trabalhadores do setor privado, lançada há apenas seis meses. O produto, totalmente digital e com garantia, somou R$ 1,3 bilhão em novas contratações. O financiamento imobiliário cresceu 37% em um ano, enquanto o home equity avançou 33%, favorecido por taxas mais competitivas e menor dependência de subsídios públicos. Os gastos no cartão de crédito tiveram alta anual de 29,7%, e as operações para pequenas e médias empresas se estabilizaram após um período de pressão macroeconômica.

A qualidade da carteira permaneceu sólida: a taxa de inadimplência acima de 90 dias recuou para 4,5%, ante 5,1% um ano antes, e os atrasos entre 15 e 90 dias ficaram estáveis em 4,1%. A cobertura atingiu 146%, refletindo o foco em operações colateralizadas e melhor avaliadas por score.

Eficiência recorde, ROE abaixo do consenso e crítica aos juros altos

O índice de eficiência caiu para 45,2% — o melhor da série histórica — resultado do ganho de escala, da automação e da gestão disciplinada de custos. O ARPAC bruto alcançou R$ 56,8 e o ARPAC líquido, R$ 33,2, impulsionados principalmente pelas receitas de crédito e tarifas de intercâmbio.

O retorno sobre o patrimônio (ROE) subiu pelo quinto trimestre consecutivo, chegando a 14,2%, ligeiramente abaixo das expectativas de analistas, que estimavam algo próximo de 15% ou mais. Mesmo assim, o banco segue ampliando spreads em um ambiente de juros elevados no Brasil.

Rubens Menin, fundador e acionista controlador, voltou a criticar o custo do dinheiro no país, argumentando que “juros persistentemente altos distorcem a alocação de crédito e desestimulam investimentos de longo prazo”. Ainda assim, os números do trimestre reforçam a capacidade do banco de operar com rentabilidade crescente e maior engajamento dos clientes.

Os depósitos totais somaram R$ 68 bilhões, alta de 35% em relação ao ano anterior, impulsionados por um salto de 46% nos depósitos a prazo e pela demanda contínua pelo produto de poupança “Meu Porquinho”. O depósito médio por cliente ativo superou R$ 2.060, consolidando o Inter como conta principal para pagamentos e movimentações diárias.

Ecossistema avança e amplia monetização

O engajamento diário continua forte: foram registrados 20,1 milhões de logins e 28 milhões de transações financeiras por dia. O NPS permaneceu em 85, indicando satisfação elevada dos usuários. A plataforma vem diversificando receitas ao integrar crédito, investimentos, seguros, compras e contas globais.

O GMV do marketplace chegou a R$ 1,4 bilhão, com taxa líquida de 7,3%. As operações de “compre agora, pague depois” representaram 9% do e-commerce próprio. Os investimentos sob custódia passaram de R$ 170 bilhões, enquanto os contratos de seguros deram um salto anual de 214%, alcançando 11 milhões. Já as contas internacionais somaram 4,9 milhões de clientes, com US$ 2 bilhões em ativos.

Capital, expansão e metas de longo prazo

O banco encerrou o trimestre com índice de Basileia de 14,6%, pressionado pelo avanço da carteira, mas sustentado por reforço de capital na holding, que atingiu R$ 1,9 bilhão em excesso.

O CEO João Vitor Menin reafirmou o plano estratégico de longo prazo, conhecido internamente como meta 60/30/30 — “chegar a 60 milhões de clientes, com eficiência de 30% e retorno de 30%” — metas que, segundo ele, reforçam a confiança no modelo de escala do banco e na maturação da carteira.

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