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Presidente da Bamin diz que há três interessados em projeto de US$ 6 bilhões na Bahia

Eduardo Ledsham afirma que novos investidores podem garantir expansão da mineradora com mina, ferrovia e porto integrados

Mina de ferro da Bamin (Foto: Divulgação)

247 - A produtora de minério de ferro Bahia Mineração (Bamin), controlada pelo Eurasian Resources Group (ERG), do Cazaquistão, está no radar de três potenciais investidores, revelou o presidente da companhia, Eduardo Ledsham, na noite de segunda-feira (27), durante a abertura do congresso Exposibram, em Salvador.

De acordo com informações divulgadas pela Reuters, os acionistas da mineradora avaliam as propostas desses grupos, que podem resultar na venda de parte ou até da totalidade da empresa. A escolha do investidor deve ocorrer até o início de 2026, segundo Ledsham.

O executivo afirmou que o investimento necessário para a expansão da Bamin é estimado em cerca de US$ 6 bilhões, envolvendo obras na mina Pedra de Ferro, na Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) e no Porto Sul, em Ilhéus (BA). “Estamos em uma etapa de análise e esperamos definir um parceiro estratégico para viabilizar o projeto integrado, que envolve mina, ferrovia e porto”, declarou Ledsham.

Atualmente, a mina Pedra de Ferro tem capacidade de produção de até 2 milhões de toneladas anuais de minério de alto teor (65% de ferro), mas está em manutenção desde janeiro. O plano de expansão prevê aumentar significativamente essa capacidade com a integração logística completa entre os ativos da empresa.

Ledsham adiantou que, com a entrada de um novo investidor, a Bamin pretende propor ao Ministério dos Transportes uma revisão no cronograma da ferrovia, adiando o início das operações de 2027 para 2031. A decisão final sobre a estrutura de participação do ERG — se manterá o controle total ou dividirá a operação — ainda não foi tomada.

O presidente da Vale, Eduardo Bartolomeo, também presente ao evento, foi questionado sobre o interesse em adquirir a mineradora. “Como companhia, estamos sempre olhando todos os projetos de desenvolvimento no Brasil, principalmente no minério de ferro”, disse. No entanto, ponderou que a Vale possui, neste momento, “outras prioridades do ponto de vista de alocação de capital”.

Bartolomeo avaliou ainda que o cenário global de fusões e aquisições permanece desafiador, mas reforçou a confiança no crescimento orgânico da Vale. “O potencial de criação de valor da companhia está no desenvolvimento dos seus próprios corpos minerários”, afirmou.

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