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Cara de peixe: O rosto mais antigo da história

O que existe em comum no nosso sorriso e no de um antepassado dos peixes, hoje extinto? Muito mais do que se possa imaginar à primeira vista. Um fóssil de animal aquático encontrado na China remete para trás a origem do aparelho mastigador dos vertebrados

O que existe em comum no nosso sorriso e no de um antepassado dos peixes, hoje extinto? Muito mais do que se possa imaginar à primeira vista. Um fóssil de animal aquático encontrado na China remete para trás a origem do aparelho mastigador dos vertebrados (Foto: Gisele Federicce)
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Por: Equipe Oásis

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Ilustração do Entelognathus primordialis, o primeiro peixe dotado de cara

Olhe bem a imagem ilustrativa que abre esta matéria. Depois, olhe-se no espelho. Não existe uma certa semelhança? Para os biólogos evolucionistas, nós humanos e o Entelognathus primordialis - um peixe primitivo que viveu no período Paleozoico - compartilhamos uma característica somática fundamental: a forma da mandíbula.

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Essa criatura aquática viveu numa área próxima à China atual entre 450 e 415 milhões de anos. Ela é o mais antigo animal a possuir um aparelho bucal semelhante ao dos modernos vertebrados, entre eles o homem.

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Cabeça fossilizada do Entelognathus primordialis

Ele tem a nossa mesma boca

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Um fóssil perfeitamente conservado desse proto peixe que remonta a 419 milhões de anos foi descrito pelo paleontólogo Min Zhu, membro do Instituto de Paleontologia e Paleoantropologia dos Vertebrados, órgão da Academia Chinesa de Ciências, em Pequim, em artigo publicado na revista Nature.

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O palentólogo chinês Min Shu exibe um fragmento do fóssil do peixe Entelognathus primorrdialis

O fóssil apresenta o característico sistema ósseo composto de três elementos ainda hoje usado pelos vertebrados para mastigar: um osso maxilar inferior (a mandíbula) no qual se assenta a arcada dentária, e dois ossos superiores: o pré-maxilar, no qual estão inseridos os dentes incisivos, e o maxilar, que contem os dentes caninos e os molares. Nos mamíferos (homem incluído) os dois ossos superiores encontram-se fundidos.

A disposição desses ossos é substancialmente a mesma dos modernos vertebrados: a do Entelognatus seria, portanto, a primeira "cara" com as características que estamos habituados a associar a ela. O desenvolvimento de uma mandíbula poderosa representou um passo fundamental na evolução dos vertebrados. Os primeiros peixes ósseos a desenvolveram, provavelmente, para melhor capturar presas maiores e mais rápidas.
Uma árvore genealógica complicada

Visão lateral ilustrada do Entelognathus primordialis

Quando na terra só havia um continente

O Entelognathus primordialis pode ter sido um membro atípico da classe dos placodermos, antepassados dos peixes que rondavam nos oceanos entre 430 e 360 milhões de anos, quando na Terra ainda existia um único continente chamado Gondwana. Esses animais, caracterizados por uma verdadeira armadura óssea ao redor da cabeça e do tórax, possuíam uma mandíbula de estrutura primordial composta de poucas e amplas placas ósseas (e não de uma complexa estrutura de ossos menores como acontece no caso dos modernos peixes ósseos.

Linhagens evolutivas a partir do Entelognathus primordialis

Dos placodermos se originaram os peixes cartilaginosos (como os tubarões) e os demais peixes que possuem esqueleto ósseo. Até agora acreditava-se que as características faciais dos placodermos tivessem se perdido no decorrer da evolução, e que o último antepassado comum aos vertebrados de hoje fosse mais parecido com um tubarão primitivo, com um esqueleto cartilaginoso coberto, no máximo, de pequenas placas ósseas.

O fóssil encontrado na China, no entanto, é uma espécie de híbrido que reúne muitas características dos placodermos (como o corpo encouraçado, que os tubarões não possuem) e também alguns traços somáticos dos vertebrados modernos, como a existência de mandíbula. A origem da forma do nosso rosto terá de ser, portanto, remetida para trás no tempo, à época desse animal pré-histórico possuidor de uma mandíbula gigante.

 

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